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Com ex-músicos do Yes, trio ARW pretende resgatar os clássicos do grupo

Combate Rock

31/05/2016 07h00

Marcelo Moreira

Da esq. para a dir., Jon Anderson, Rick Wakeman e Trevor Rabin (MONTAGEM COM FOTOS DE DIVULGAÇÃO)

A história pode estar se repetindo quase 30 anos depois: ex-membros do Yes se reúnem para tentar uam espécie de Yes paralelo, numa tentativa de emular as glórias do passado. Em 1989 deu parcialmente certo. Dará agora?

Em breve teremos a banda ARW, acrônimo de Jon Anderson (vocal), Trevor Rabin (guitarra e vocal) e Rick Wakeman (teclados). Eles não tocavam juntos a 26 anos quando estavam se apresentando na Union Tour, no inicio dos anos 90.

Na época, existia um grupo paralelo, o o Anderson, Bruford, Wakeman and Howe (ABWH) com Bill Bruford (bateria), Rick Wakeman e Steve Howe (guitarra), todos ex-integrantes do Yes, que depois voltaram a banda.

 

Anderson ficou doente em 2007, às vésperas da turnê de 40 anos de fundação da banda inglesa de rock progressivo. Iniciou um pesado tratamento para dirimir os problemas respiratórios e de coluna mas, no ano seguinte, quando a turnê iria começar, viu que não teria condições de participar.

Seus companheiros não perderam tempo, e sem deliberações maiores a respeito de amizade e respeito: rapidamente arrumaram um substituto – Benoit David, cantor de uma banda canadense cover do Yes, que depois foi substituído por Jon Davidson.

Descartado pelos ex-companheiros (e ex-amigos), o cantor retomou a carreira solo e a parceria em dois CDs com Wakeman.

O tecladista, indignado com a sacanagem com Anderson, abandonou a turnê dos 40 anos, mas, curiosamente, acabou substituído temporariamente pelo filho mais velho, o competente Oliver Wakeman.

Mago das trilhas sonoras

A parte mais intrigante do trio é Trevor Rabin, que nunca escondeu que ficou decepcionado em 1983 e em 1991, quando tinha se tornado vovcalista do Yes e, na última hora, teve de engolir o retorno de Jon Anderson em ambas as oportunidades.

Depois do álbum "Talk", de 1994, o sul-africano Rabin saiu da banda e decidiu investir no cinema: tornou-se um requisitado compositor de trilhas sonoras – dizem que ficou milionário. Entretanto, parece que sentiu saudades do rock.

Jon Anderson esteve na banda de 1968 a 1980. Depois retornou ao Yes em 1982 e assim prosseguiu até 1988. Dois anos mais tarde, outro retorno para ficar até 2008.

Já Rick Wakeman, que entrou para o Yes em 1971, esteve com a banda em cinco oportunidades: de 1971 a 1974, 1976 a 1980, 1990 a 1992, 1995 a 1996 e, por fim, 2002 a 2004. Deveria retornar em 2008, mas recuou ás vésperas da turnê em solidariedade à saída de Anderson. Trevor Rabin esteve com o Yes durante 12 anos, de 1982 a 1994.

Segundo site Vintage Vynil, Anderson está entusiasmado com o projeto. "Será uma aventura musical em outros níveis. Será um privilégio tocar com Rick e Trevot."

 

O ARW fará um extensa turnê nos EUA entre outubro e novembro. A primeira apresentação será no dia 4 de outubro no Hard Rock Live em Orlando (EUA).

O Yes como um octeto, em plena turnê (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Yes como octeto

Lembremos: Jon Anderson saiu do Yes pela segunda vez em 1988 e logo articulou o Anderson, Bruford, Wakeman and Howe (ABWH) com Bill Bruford (bateria), Rick Wakeman e Steve Howe (guitarra), todos ex-integrantes do Yes.

Como o nome Yes pertencia ao baixista Chris Squire, membro fundador e que manteve a banda sem Anderson a partir de 1988, o nome alternativo com os sobrenomes teve de ser adotado, mas com um "sobrenome": o verdadeiro som do Yes.

O grupo só lançou um álbum, "Anderson, Bruford, Wakeman and Howe", em 1989, com uma sonoridade que tentava regstara o progressivo dos anos 70 e fugindo das tendências pop adotadas por Rabin e Squire no Yes dos anos 80.

O álbum dos "genéricos" é apenas razoável, mas tinha lá as suas qualidades.  No entanto, quando o Yes sem Anderson e o ABWH preparavam seus novos trabalhos, em 1990, veio a ideia estapafúrdia: por que não juntar as duas bandas e as composições de ambos os trabalhos?

Por questões de economia, a ideia maluca de Jon Anderson foi acatada, e assim nasceu "Union", o álbum do Yes de 1991, com as duas bandas se juntando e formando um octeto.

Os oito músicos – Anderson, Bruford, Wakeman, Howe, Squire, Rabin, o baterista Alan White e o tecladista Tony Kaye – embaracam em seguida em uma turnê bem-sucedida que durou até meados de 1992. O projeto acabou logo em seguida.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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