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The Who no Brasil: muita, mas muita cautela nessa hora

Combate Rock

24/05/2016 06h51

Marcelo  Moreira

Roger Daltrey (esq.) e Pete Townshend, a dupla do Who, em foto promocional de 2013 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A notícia é tão boa, mas tão boa, que não custa nada um pouquinho de cautela. Únicos artistas do Olimpo do rock que nunca pisaram na América do Sul, Pete Townshend e Roger Daltrey estão devendo esta visita por aqui há mais de 20 anos.

O jornal "Folha de S. Paulo" informa nesta semana que a banda finalmente virá ao Brasil, para shows em pelo menos duas cidades, entre março e abril de 2017, praticamente no final de sua turnê de despedida e de comemoração de 50 anos de carreira.

Pelo menos duas vezes neste século foi anunciada a vinda do grupo ao país – uma em 2002 e outra em 2007. Nunca houve confirmação e os dois músicos sobreviventes nunca falaram sobre o assunto de forma incisiva.

Em uma rara entrevista a um jornalista brasileiro, Townshend disse a Bento Araújo, da revista PoeiraZine, que era "certo que a banda tocaria em breve no Brasil. Isso foi em 2006, ou seja, há dez anos.

A imprensa inglesa e alguns sites brasileiros veicularam a hipótese de o Who vir à América do Sul em 2012, durante a turnê "Quadrophenia". Era mera especulação, mas não deu em nada, pra variar.

Um produtor brasileiro experiente de espetáculos disse a este jornalista do Combate Rock, em 2013, que era muito mais fácil trazer ao Brasil os Rolling Stones ou o U2, que são caríssimos, do que The Who e Van Halen, que teoricamente seriam mais "baratos".

"A quantidade de entrave que os caras do Who colocam para fazer uma turnê fora da Europa e dos Estados Unidos é impressionante. Ficaram 40 anos sem ir à Austrália e só tocaram no Japão recentemente. É muita picuinha, muita exigência, muita chateação, e invariavelmente não dá certo. E gente grande aqui na América do Sul se interessou em trazer as duas bandas, inclusive para festivais gigantes no Brasil e na Argentina. Sei, inclusive, que o pessoal do Van Halen sequer respondeu a e-mails e ou retornou telefonemas", diz o profissional, que conversou comigo na condição de permanecer no anonimato.

No caso do Van Halen, é notória a aversão da banda de realizar shows fora dos Estados Unidos a partir dos anos 90, como bem lembrou Sammy Hagar, ex-vocalista, em entrevista a um jornalista brasileiro nos anos 2000 – ele dizia que o Van Halen não voltaria ao Brasil e raramente ia ao Japão porque Eddie e Alex Van Halen detestavam viajar para longe e ficar muito tempo fora de casa.

Seja como for, é hora de ficarmos felizes e esperançosos, mas não muito. Daltrey e Townshend, na verdade, nunca mostraram real interesse em visitar a América Latina. Portanto, torçamos para que desta vez, mesmo aos 70 anos de idade, eles venham para o Brasil, mas muita, muita cautela nessa hora.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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