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Banda russa Pussy Riot retorna mais furiosa com clipe político

Combate Rock

15/02/2016 17h00

Marcelo Moreira

A banda russa Pussy Riot em uma de suas performances  (Foto: DIVULGAÇÃO)

Para encerrar essa rápida passada aos ataques políticos a grupos de rock, vamos mencionar a última provocação da banda punk russa Pussy Riot, formada só por garotas e que engloba as ações de um coletivo feminista bem amplo, envolvendo artistas e profissionais liberais de várias áreas.

No começo de fevereiro a banda lançou um novo videoclipe com pesadas acusações de corrupção contra o procurador-geral russo – a maior autoridade do Ministério Público de lá. O nome da música é "Chaika".

As meninas se referem a acusações levantadas contra Iuri Chaika pelo intelectual russo Alexei Navalni, um dos mais proeminentes críticos do presidente russo Vladimir Putin.

O grupo feminista apela à sua demissão do cargo, num vídeo de alta produção – ainda que feito na clandestinidade, como tudo o que é feito pelo coletivo.

O trio Pussy Riot se tornou um dos alvos das polícias russas – tanto a regular como a FSB, que substituiu em parte a temida KGB – a partir de 2011, quando suas músicas de protesto fora difundadas com maior profundidade.

A perseguição do Estado russo foi implacável diante das críticas pesadíssimas contra Putin e seu governo. Duas das integrantes forma presas em 2012 e condenadas a sentenças de prisão por acusações variadas (e absurdas), como conspiração contra o Estado, desordem pública e até mesmo apoio ao terrorismo (esta, mais tarde, foi retirada).

Elas ficaram por cerca de dois anos na prisão, mas receberam benefícios e foram libertadas, e não perderam a verve furiosa, retomando o ativismo mesmo correndo o risco de punições ainda mais severas.

Para filmar o videoclipe num salão de banquetes da era soviética, as Pussy Riot vestiram-se com os uniformes azuis da procuradoria russa, e fizeram-se passar por oficiais.

Os donos do espaço foram levados a crer que se tratava de uma convenção, segundo reportagem da agência portuguesa de notícias Público. Por isso deixaram as ativistas entrar, como explicou à revista Time o marido de Nadezhda Tolokonnikova, uma das integrantes da banda, e que no vídeo encarna o papel de Iuri Chaika.

Ainda não se sabe qual foi a reação do governo russo e de Chaika, estreitamente afinado com Putin. Aparentemente, segundo jornais independentes russos, o governo mudou de tática e não se pronunciou sobre os ataques no novo videoclipe.

Uma coisa é certa: a reação será severa e pesada, como sempre no Estado russo. O rock continua incomodando, e muito, os poderes político-religiosos em vários países no mundo.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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