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Angra e Sepultura curtem o trio elétrico e celebram sucesso em Salvador

Combate Rock

10/02/2016 07h05

Marcelo Moreira

O Black Rock de Carlinhos Brown, em Salvador, deu certo e agradou: no alto, de óculos, Beown descansa, com Rafael Bittencourt (Angra), à direita, embaixo, da esq. para a dir., Paulo Jr e Andreas Kisser (Sepultura), e Felipe Andreoli (Angra) (FOTO: ARQUIVO PESSOAL/FACEBOOK/CARLINHOSBROWNOFFICIAL)

A ideia era esquisita desde o começo, mas a estranheza não pareceu incomodar nenhum pouco os músicos. os integrantes das bandas Angra e Sepultura comemoraram bastante a inusitada oportunidade de tocar em pleno carnaval de Salvador, em cima de um trio elétrico.

O convite foi feito por Carlinhos Brown, que tem forte ligação com o empresário Paulo Baron, que gerencia a carreira do Angra e, por sua vez, tem uma ligação próxima com o Sepultura.

Brown, percussionista baiano de expressão internacional, participou do álbum "Roots" (1996), talvez o principal trabalho do quarteto de thrash/death paulistano.

Os mais apressados e entusiastas da parceria falam que as duas bandas de heavy metal tocaram para mais de 2 milhões d epessoas durante quase sete horas. Será?

Exageros à parte, a primeira impressão é de que todo mundo ficou satisfeito com a iniciativa. Nas redes sociais, os músicos demonstraram que curtiram muito.

O público, em determinado momento, pareceu não se importar muito com as guitarras pesadas, mas agradou a um pessoal que se surpreendeu com a presença das duas bandas – roqueiros que até podem não simpatizar com o som normal da festa, mas que curtem uma folia.

"A repercussão do carnaval tem sido espantosa! Graças à coragem de todos os envolvidos, especialmente do Carlinhos Brown, que nos cedeu seu trio já consagrado há anos, muito mais gente hoje conhece e respeita o metal nacional", exaltou o baixista Felipe Andreoli, do Angra, na redes sociais.

Muito grato, o músico paulista acredita que iniciativa foi importantíssima. "Brown não precisava disso, mas foi generoso o suficiente pra nos acolher e dar espaço para o rock e metal em um dos maiores eventos populares do mundo. Se alguém ainda acha que não tem valor nisso, honestamente não entendo."

Andreoli fez questão de lembrar que barreiras foram quebradas e que a inovação e a troca de informações são coisas que devem ser incentivadas. "A maioria das pessoas entendeu e apóia a iniciativa. Nunca é fácil ser inovador. Se dependesse sempre do consenso geral, o 'Roots' e o 'Holy Land' [álbum do Angra] jamais teriam sido lançados."

O guitarrista Rafael Bittencourt, também do Angra, foi mais direto e incisivo sobre as críticas. Em texto escrito no Facebook, bateu no sectarismo e no preconceito cultural.

"De que lado você está? Do lado dos que torcem pra que o heavy metal seja uma expressão que esteja ao alcance de todos? Ou você está querendo que o metal seja uma musica só pra você ficar no seu mundinho fechado, achando que está acima da montanha com uma espada, acima de todo o resto pra suprir sua própria insegurança?"

A parceria Brown-metal, de tão inusitada, foi notícia no exterior e ganhou espaço até no improtante Jornal Nacional, da TV Globo. O marketing compensou, e muito, qualquer restrição ou receio de que algo pudesse dar errado ou que os roqueiros/metaleiros pudessem não gostar. Os envolvidos curtiram e consideraram muito positiva a iniciativa. É o que basta.

E como é possível avaliar artisticamente a presença de Angra e Sepulturam em cima de um trio elétrico em Salvador?

Não é possível, talvez porque este jamais tenha sido o foco. Uma experiência diferente e marcante, este sim era o foco – mostrar música diversa e diversificada para gente que provavelmente nunca tenha ouvido metal na vida (que pena desses seres!!!!! Méritos para as duas bandas que abriram os olhos desses incautos!!!).

Esqueçamos a questão artística e musical em si – tocar rock (ou qualquer coisa) em cima de um caminhão, com som inadequado e intereferências mil, não reúne as melhores condições mas, de alguma forma, é diferente e até empolgante para músicos que nunca tiveram a experiência. provavelmente só o rock é capaz de proporcionar tal integração e diversificação. pelo menos isso…

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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