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Os 40 anos do álbum que fez do Kiss um gigante do rock

Combate Rock

27/12/2015 06h55

Roberto Capisano Filho – especial para o Combate Rock (*)

Toda banda tem um álbum na carreira que é um divisor de águas. No caso do Kiss, esse disco é o Alive!, o primeiro registro ao vivo oficial da banda, que completou 40 anos em 2015. Lançado em 10 de setembro de 1975, o disco deu início a uma nova fase na vida do grupo e também se tornou um dos principais discos ao vivo da história do rock.

Mas o que fez Alive! ter tamanha importância? Em primeiro lugar, o Kiss já tinha três álbuns no currículo – Kiss (fevereiro de 1974), Hotter Than Hell (outubro de 1974) e Dressed To Kill (março de 1975), porém nenhum deles havia obtido grande vendagem nem alçado o Kiss para o patamar dos grandes grupos. Naquele momento, o Kiss era a "banda para se ver ao vivo".

ra uma situação contraditória: o Kiss lotava seus shows e a plateia ficava enlouquecida a cada apresentação, tanto que grupos mais renomados da época já não queriam o Kiss em suas turnês como banda de abertura, pois entrar no palco depois dos quatro mascarados era um tiro no pé.

Apesar do sucesso em todo o território norte-americano, faltava o disco capaz de abrir as portas do Olimpo do rock. Ao mesmo tempo, a gravadora do grupo, a Casablanca, andava mal financeiramente.

Um show do Kiss fugia dos padrões com todos os efeitos, palco e pirotecnia. Muito já tinha sido investido no quarteto nova-iorquino e as contas da banda e do selo permaneciam no vermelho. Foi quando o empresário do Kiss, Bill Aucoin, teve a ideia de fazer um disco ao vivo.

Obviamente, a proposta nascia coberta de dúvidas, se os três discos anteriores não venderam bem, por que um álbum com as mesmas músicas teria sucesso? Além disso, discos ao vivo estavam fora da tendência da indústria fonográfica da época.

O presidente da gravadora, Neil Bogart, abraçou a proposta e uma série de shows em várias cidades foram gravados. Para comandar a missão foi chamado o produtor Eddie Kramer, que abriu mão de produzir o primeiro álbum do Boston para trabalhar no projeto. Havia uma pressão muito grande para que o disco desse certo.

 

O desafio era conseguir reproduzir no vinil a energia de um show do Kiss. Era preciso fazer o ouvinte se sentir na plateia. Para tanto, a mixagem teve papel fundamental. Como as músicas foram tiradas de shows diferentes, o som do público oscilava muito. Foram feitos loops da plateia para que todas as faixas tivessem uma uniformidade sonora nesse sentido.

Como na maioria dos discos ao vivo, partes com erros de execução foram refeitas em estúdio (não se espante com isso, caro leitor; as bandas usam desse expediente o tempo todo; ou você acha que algum músico vai deixar um erro dele ser ouvido eternamente?).

Não há dúvida que a missão foi bem-sucedida. Finalmente o Kiss tinha um disco que retratava a essência de um show da banda, tanto a atitude quanto a sonoridade.

Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss chegaram a um álbum com o som e o verdadeiro espírito do grupo. Alive! trouxe toda a excitação de um show do Kiss, chamando a atenção das emissoras de rádio para sua música, com destaque para a versão de Rock and Roll All Nite.

Enquanto nenhum dos seus discos havia chegado ao menos ao ouro, Alive! foi além, conquistando platina dupla. Como se não bastasse, impulsionou as vendas dos álbuns anteriores e hoje é tido por muitos como um dos principais discos ao vivo do rock em todos os tempos.

(*) Roberto Capisano Filho é jornalista do Sebrae-SP e foi um dos fundadores do Combate Rock

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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