Golpe de Estado chega ao fim após 30 anos e morte de Hélcio Aguirra
Combate Rock
11/06/2015 14h56
Marcelo Moreira
A última formação do Golpe de Estado com Hélcio Aguirra: da esq. para dir., Dino LInardi, Robby Pontes, Nelson Brito e Hélcio (FOTO: EDU GUIMARÃES/DIVULGAÇÃO)
E o Golpe de Estado não resistiu à ausência do mago da guitarra Hélcio Aguirra, morto em janeiro de 2014. O baixista Nelson Brito, cofundador do quarteto mais importante do hard rock nacional, anunciou hoje, nas redes sociais, o fim do grupo.
Em carta manuscrita e escaneada publicada no Facebook, o músico afirma que ponderou bastante nos últimos meses a respeito de sua carreira e de novos projetos, e concluiu que a atual formação tem de encerrar as atividades.
O Golpe de Estado renasceu, mais uma vez, em 2010, quando Aguirra e Brito se unir a Dino Linardi (vocais e guitarra) e Robby Pontes (bateria). Recuperaram a alegria de tocar a inspiração ao gravar o ótimo "Direto do Fronte", em 2012.
Com a morte de Aguirra, o grupo chamou Tadeu Dias para fazer as guitarras em uma série de shows tributo e a ideia era mantê-lo como membro efetivo, até que Brito tomasse a decisão de encerrar o grupo no ano do 30º aniversário.
"A perda de Hélcio foi um baque tremendo, até hoje fico abalado ao pensar que meu grande amigo não está mais aqui. O Golpe de Estado era tudo para nós, construiu um importante legado", afirmou o baixista em uma entrevista ao Combate Rock em 2014.
Em abril passado, Nelson Brito ainda cogitava retornar plenamente à ativa com a banda, como relatou em entrevista ao blog da Rádio UOL. "Continuamos na ativa. Fizemos Virada Cultural, aniversário de SP, apresentações no interior. Ficamos mais seletivos: preferimos esperar shows maiores, com estrutura bacana, do que tocar em bares por aí, sem a mínima condição. A não ser em ocasiões especiais." Clique aqui e leia a entrevista Nelso Brito ao blog da Rádio UOL concedida em abril.
Um dos grandes nomes do rock nacional de todos os tempos, o Golpe de Estado construiu seu nome à margem dos artistas mais importantes da década de 80 e 90.
Apesar de ter lançado álbuns pela antiga gravadora Eldorado, sempre se manteve no underground, ganhando um respeito imenso por conta da integridade com que conduziu a carreira, sempre sob a liderança de Aguirra.
A formação clássica – Aguirra, Brito, Paulo Zinner (bateria) e Catalau (vocais) se desmanchou por volta de 1992, com a saída do vocalista, às voltas com problemas de saúde e com abuso de várias substâncias (hoje é pastos evangélico e ainda canta nos cultos). Zinner, que também tocava com Rita Lee, saiu em definitivo alguns anos depois.
Vários vocalistas e bateristas passaram pelo grupo nos dez anos seguintes, em várias fases de vacas magérrimas, até que a banda se estabilizou em 2010.
Foram 30 anos de muita música de qualidade e competência. E o clichê aqui é mais do que necessário: pela importância do Golpe de Estado, fará uma imensa falta.
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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