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Maratona de blues mostra Joe Bonamassa como o grande mestre atual do gênero

Combate Rock

16/03/2015 07h00

Marcelo Moreira

O artista mais workaholic do show business não tem dó do bolso dos fãs. Depois de lançar o combo DVD/CD duplo acústico no começo do ano passado, e um álbum de jazz com cantora norte-americana Beth Hart (o ótimo "Seesaw"), o guitarrista Joe Bonamassa embarcou em um projeto ousado: quatro shows diferentes, com quatro bandas distintas, com repertórios diferentes, e transformar tudo em uma série de DVDs. O resultado é primoroso.

"Tour de Force – Live in London" é uma série de quatro DVDs gravados em março de 2013 na capital da Inglaterra. Foram quatro dias quase consecutivos de shows, cada um em um local diferente, numa espécie de turnê pelas casas mais importantes da cidade e do rock – Royal Albert Hall, The Borderline, Hammersmith Apollo e Shepherd's Bush Empire. Os brasileiros ganharam a chance de poder ver essa maravilha em edições nacionais, com preços razoáveis, graaças á gravadora/distribuidora Voice Music. São quatro DVDs duplos que custam em média R$ 45

A iniciativa é fantástica. Bonamassa é fã de álbuns ao vivo, assim como DVDs de shows. Já lançou "Live at the Royal Albert Hall", "Live in Nowhere in Particular", "Live at the Beacon Theatre", "Live at the Rockpalast" e " An Acoustic Evening at The Vienna Opera House", todos devidamente acompanhados por CDs duplos. Agora o moço vem com quatro pedradas de uma vez, para satisfazer o gosto de cada fã – por enquanto, os CDs duplos com o áudio estão programados para serem lançados somente na Europa.

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Quem se dispuser a encarar a maratona de blues rock misturado com jazz e soul não vai se arrepender. Consegui assistir a todos praticamente na sequência na sequência e o resultado é primoroso. Existe o aspecto negócio, e ele é bem forte, mas é possível perceber, ainda que seja só na aparência, um interesse genuíno de Bonamassa em proporcionar um espetáculo em toda a sua plenitude. Criativo, ousado e inquieto, o guitarrista norte-americano se esforça muito para entregar um produto vibrante e diferenciado, que contemple diversas expectativas do público. Não é à toa que se transformou em um dos mais respeitados artistas da atualidade.

O prato principal é "Tour de Force – Live in London: Royal Albert Hall", que encerrou o pequeno giro pela capital inglesa. Mistura os formatos acústico e elétrico, com um repertório muito parecido com os das apresentações brasileiras do ano passado em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Na casa mais famosa de Londres, ele juntou as duas bandas com as quais toca. No set acústico tocam Lenny Castro (percussão), Mats Wester (nyckelharpa & mandolim), Gerry O'Connor (fiddle, banjo e mandolim) e Derek Sherinian (piano); no elétrico estão Tal Bergman (bateria), Lenny Castro (percussão), Carmine Rojas (baixo) e Derek Sherinian (teclados).

Os destaques vão para as míticas "Mountain Time" e "The Ballad of John  Henry" e para o sucesso mais recente, a belíssima "Driving Towards the Daylight", além dos blues pesados "Slow Train" e "Dust Bowl". Desta vez ele limou do repertório qualquer resquício do Black Country Communion, banda que manteve com Sherinian e Glenn Hughes até recentemente.

O show do Borderline é a novidade entre os quatro DVDs, onde ele toca no formato power trio, sem os teclados de Sherinian. O baixista Carmine Rojas e o ótimo baterista Tal Bergman dão lugar a dois amigos de longa data, Anton Fig (bateria) e Michael Rhodes (baixo), em uma apresentação mais dinâmica e pesada, com um repertório diferente, incluindo o hino "Blues Deluxe", a clássica "Are You Experienced?", de Jimi Hendrix, e pérolas de seu catálogo, como "Your Funeral My Trial," "Story of a Quarryman" e "The River".

O pacote é caro, mas é imperdível pela qualidade musical do guitarrista e por sua eclética e versátil carreira. Blueseiro da linha de Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix e Rory Gallagher, transita com facilidade do hard rock ao jazz clássico dos anos 20. Ultrapassando antigos concorrentes como Jonny Lang, Derek Trucks e Kenny Wayne Shepherd, divide os holofotes com o superstar John Mayer no quesito guitar hero da atualidade, mas com certeza demonstra ter fôlego mil vezes maior.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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