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'Proibido posers', uma das marcas do Centúrias

Combate Rock

03/09/2014 11h57

Marcelo Moreira

Centúrias e a plaquinha 'No Poser' (Divulgação/ Rogerio Seiji Kubometal)

Muita gente vai negar, mas ficou (e ainda fica) bastante incomodada quando a banda paulistana Centúrias levanta no show a plaquinha "proibido posers", em alusão aos supostos roqueiros que apenas se preocupam com a imagem e desprezam o conteúdo das músicas (em uma interpretação bastante livre do autor do texto). Entre os apreciadores de hard rock e heavy metal brasileiros, a cena é clássica e uma das mais esperadas (e comentadas) nas apresentações do quarteto. Embora divertida e às vezes vista como uma piada, a "performance" emite um claro sinal aos espectadores, principalmente no século XXI, com a velocidade absurda da informação e dos lançamentos: preste atenção na música e valorize os artistas.

A ideia para o "esquete" surgiu durante uma apresentação do Centúrias no extinto Teatro Mambembe (SP), em 12 março de 1987. O fundador Paulão Thomaz (bateria, atual Baranga e Kamboja) usou um sinal de "proibido posers" nas peles de resposta dos bumbos gigantes de sua bateria e o vocalista Nilton "Cachorrão" Zanelli passeou pelo palco com uma placa de trânsito como a de 'proibido estacionar' com a inscrição "proibido posers".

O grupo estava prestes a lançar o álbum "Ninja", em que pratica um heavy metal tradicional/speed, mas a intenção era criticar a "atitude poser" e não a música praticada pelas bandas de glam metal, o hard rock dos anos 80. "A placa 'no posers' foi criada para as bandas glam, mas o lance do poser é mais a atitude", diz Cachorrão.

A brincadeira acabou sendo ligada aos amigos do finado grupo hard/glam Proteus, que haviam tocado no Teatro Mambembe na semana anterior. O Proteus contava com o vocalista Ciro Bottini – apresentador de televisão, palestrante, locutor, empresário e vendedor do canal de TV Shoptime – e o guitarrista/professor Joe Moghrabi. "Os caras riram muito daquilo e entenderam. O show no Centro Cultural, que estava lotado, foi justamente com o Proteus. Foi o show dos 'posers' com os 'no posers', mas aquilo foi legal! Todo o falatório serviu de marketing para a banda, ainda mais naquela rivalidade do Metal contra Hard Rock", explica Paulão Thomaz.

Como virou tradição, além da placa "No Posers", Nilton "Cachorrão" Zanelli chegou a apresentar outras nos shows – "No Emo", "No Tchu Tcha" –, ironizando e mostrando o lado bem-humorado da banda, que atualmente se encontra em fase de composição para o novo álbum de estúdio. O sucessor do single "Rompendo o Silêncio" (2013) será primeiro completo de inéditas com a nova formação: Nilton "Cachorrão" Zanelli (vocal), Ricardo Ravache (baixo), Roger Vilaplana (guitarra) e Júlio Príncipe (bateria).

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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