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Jazz na Fábrica, do Sesc Pompeia, divulga a sua programação

Combate Rock

26/07/2014 07h00

Paulo Renato Clark – especial para o Combate Rock

O Jazz na Fábrica, em sua edição 2014, recebe, entre os dias 6 e 31 de agosto, mais de 20 grupos e solistas, de diferentes correntes jazzísticas. Neste ano, a proposta é traçar um panorama da atual produção, bem como apresentar as perspectivas, transformações e misturas possíveis dentro deste fecundo gênero musical. Na programação, nomes internacionais representativos como os pianistas Randy Weston (EUA) e Hiromi Uehara (JAP); o multi-instrumentista de Chicago, Anthony BraxtonH.Prizm e Wadada Leo Smith; os noruegueses do Jaga Jazzist, o trompetista norte-americano Nate Wooley e o trombonista Fred Wesley; além de artistas brasileiros como Felipe SallesJazz BrothersMeretrio e Rumores.

Neste ano, o festival busca explorar os limites da cena contemporânea, avançando em suas fronteiras, menos no sentido geográfico do que na edição passada, em 2013, e mais no âmbito estético. A seleção intenciona ampliar o debate acerca da expansão das linguagens dentro do jazz, suas constantes e permanentes reinvenções, no sentido de se aproximar das diversas tradições étnicas, experimentalismos, vanguardas e dos diversos segmentos da música popular.

"A edição deste ano procura olhar para as extremidades do jazz e para esta capacidade de se reinventar, que parece inesgotável; de se alimentar de elementos muito variados como a riqueza musical de culturas muito distintas, a música pop em toda a sua diversidade (a soul music, o rock, o blues, o hip hop, o samba etc), a música de concerto, as vanguardas, as misturas; conservando, no entanto, uma forte identidade e, ao mesmo tempo, um estranhamento constante. Algo difícil de definir, mas possível de exemplificar em duas frases: 'Ah, isto é jazz!' e 'Nossa, isto é jazz?'", explica Thiago Freire, coordenador de programação do Sesc Pompeia.

Jazz na Fábrica tenta engendrar todos esses aspectos, tanto no que diz respeito ao estilo quanto em abordagens. Para tanto, o desenho da programação prevê quatro diferentes eixos e consequentemente artistas que se identificam ou perpassam essas linguagens: o jazz Clássico, os Hibridismos populares (soul, fusion, R&B, rock, funk, hip hop), os Experimentalismos (free jazz, vanguardas e improvisação livre) e as Etnicidades (aproximação com as tradições étnicas).

O pianista Randy Weston (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Na vertente clássica estão escalados a jovem pianista japonesa Hiromi Uehara (dias 16 e 17 de agosto)que já dividiu palco com Chick Corea e Stanley Clarke; os Jazz Brothers em apresentação especial com a cantora Sara Chrétien (dia 30); e o trompetista francês Stéphane Belmondo (dia 15), que tem em seu currículo colaboração com Milton Nascimento. Nessa seleção também estão o grupo paulistano Meretrio (dia 22) e o trombonista Bocato (dia 29).

Representando o viés étnico estão o veterano pianista Randy Weston acompanhado de seu African Rhythms Septet (dias 6, 7 e 8) e o brasileiro Felipe Salles (dia 23), cujo trabalho mais recente é produto de uma viagem, realizada em 2011, pelas paisagens rítmicas e sonoras de Uganda, nação situada na África meridional. Ainda nesta perspectiva, o músico colombianoAntonio Arnedo (dias 9 e 10), que trabalha o jazz dentro da pesquisa musical folclórica de sua terra natal, mesclando música erudita e rock.

O jazz em aproximação com elementos do rock, do soul, da música latina e do funk é o que propõe o eixo doshibridismos. Na programação, dois representantes da florescente cena nórdica: o finlandês Timo Lassy (dia 22) e a banda norueguesa Jaga Jazzist (dias 9 e 10); além de Harold López-Nussa (dias 30 e 31), cuja maneira de tocar piano traz uma abordagem tipicamente cubana. Entre o híbrido e o experimental está a apresentação de HPrizm (conhecido como High Priest, fundador do grupo de hip hop Anti Pop Consortium) com o veterano trompetista Wadada Leo Smith (dias 9 e 10).

O nicho mais experimental, por sua vez, conta com o multinstrumentista Anthony Braxton (7 e 8), acompanhado de seu quarteto e o músico e pesquisador brasileiro Itiberê Zwarg (29). Completa a seleção a série "Improdutos" com Trio Koch + Rohrer + Gianfratti (14), Flac + Luiz Galvão + Marcelo Coelho (15), Rumores (21) e Nate Wooley Quintet (28), dedicada ao improviso livre. Neste terreno, músicos levam a performance instrumental ao limite e empurram as fronteiras para além das sonoridades familiares.

 

 

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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