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Blues de primeira em agosto: Eric Gales e Toronzo Cannon no Brasil

Combate Rock

25/07/2014 12h10

Marcelo Moreira

Um guitarrista espetacular, canhoto, um legítimo discípulo de Jimi Hendrix, e um outro, também canhoto, cuja figura lembra um integrante do ZZ Top com guitarra metaleira Flying V, totalmente insano. Os dois são negros e representam o que há de mais interessante e respeitado no blues atual mundial. Estes dois são as grandes atrações blueseiras no brasil nos próximos meses. Os norte-americanos Eric Gales e Toronzo Cannon bem que podiam se cruzar pelo caminho no Brasil e fazer uma grande jam session. Confira as datas dos shows ao final do texto.

Cannon vem ao Brasil lançar o seu mais novo álbum , chamado "John The Conquer Root", lançado pela Delmark Records). Ele faz parte da nova geração do blues, com uma pegada um pouco mais pesada, bem mais próxima do rock. Quando criança ouvia o blues cru e cheio de alma de Junior Wells, Buddy Guy e Muddy Waters. A vivência o levou a conhecer a guitarra na adolescência, sob a inspiração dos três Kings (Freddie, BB e Albert), com toques de Hendrix, soul e  R&B dos anos 1970. Assim, Toronzo desenvolveu o seu próprio estilo, incluindo o canto influenciado pelo gospel.

Extremamente técnico e com um feeling impressionante, ganhou projeção depois de trabalhar por algum tempo como músico de apoio de artistas de Chicago, como Wayne Baker Brooks e Joanna Connor. Em carreira solo, passou a ser figura constante no Buddy Guy's Legends, House of Blues, Kingston Mines, B.L.U.E.S on Halsted, Blue Chicago e Lee's Unleaded, os mais importantes clubes de blues da cidade. Paralelamente, excursionou por toda América do Norte, Europa e África. Participou de oito edições consecutivas do Chicago Blues Festival e seu terceiro álbum, In a Leaving Mood, foi aclamado pela revista Living Blues como um dos melhores de 2011.

Toronzo Cannon (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Gales, por sua vez, é um dos ases da guitarra blues de todos os tempos. Precoce e prodígio, começou a tocar guitarra aos 4 anos com seu irmão mais velho Eugene Gales. Aos 11 anos ganhou concursos regionais de blues amador nos EUA, sendo imediatamente comparado a Jimi Hendrix. Apesar de destro, foi influenciado pelo avô Dempsey Garrett ,conhecido por tocar com músicos como Muddy Waters e Howlin Wolf a tocar com a mão esquerda, com a guitarra invertida e sem mexer na posição das cordas.

Ao lado do irmão Eugene Gales (baixo e vocal) e de Hubert Crawford Jr. (bateria), lançou em 21 de maio de 1991 o primeiro disco da chamada Eric Gales Band, com o hit Sign of the Storm ganhando as rádios e a MTV.

Nesta época também ganhou uma votação dos leitores da Guitar World Magazine como "o melhor novo talento", enquanto a Spin Magazine aclamava sua música como "coisas de lenda". Os fãs de Eric Gales incluem Carlos Santana, Mick Jagger, Keith Richards, B. B. King e Eric Clapton.

Com 12 álbuns em seu currículo, Eric Gales já esteve duas vezes no Brasil, em 2003 e 2006 quando lançou o disco "Crystal Vision". Artista principal da Experience Hendrix Tour 2014 organizado por Janie Hendrix, irmã de Jimi Hendrix , foi eleito em 2010 o melhor guitarrista de Blues dos EUA.

Eric Gales (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Para os shows no Brasil, Gales terá a companhia de uma banda brasileira:  Ugo Perrotta (baixo, ex-Big Allanbik) ), Alexandre Papel Loureiro (bateria ) e Fred Sunwalk (guitarra), a mesma banda que sempre o acompanhou nas últimas duas vezes que veio ao Brasil. 

Toronzo Cannon fará, por enquanto três shows no interior de São Paulo e um na capital, no circuito Sesc: Bauru (30 de julho), Birigui (1º de agosto), Belenzinho (2 de agosto) e Piracicaba (3 de agosto). Eric Gales também fará quatro shows, mas curiosamente nenhum em São Paulo: Rio de Janeiro (21 de agosto), Goiânia (23 de agosto), Natal (24 e 25 de agosto) .

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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