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Kiss é humilhado no Hall of Fame 2014

Combate Rock

11/04/2014 16h21

Marcelo Moreira

Por vias tortas, o Kiss escancarou a inutilidade do Rock and Roll Hall of Fame nesta semana. O que deveria ser motivo de celebração torna-se uma maneira de a chamada "indústria do rock" de reafirmar algum tipo de poder, ainda que esteja falida. As exigências absurdas feitas à banda para que comparecesse à cerimônia para receber a "honraria" foram humilhantes, assim como é a "forma" de escolha de quem deve ser agraciado.

Por mais que houvesse cordialidade, Paul Stanley (guitarra e vocais) e Gene Simmons (baixo e vocais) estavam incomodados em ter de dividir o palco com Peter Criss (bateria) e Ace Frehley (guitarra), ex-integrantes originais, após anos e anos de ressentimentos públicos e reclamações. O Kiss está na ativa, com outra formação, que é a oficial, e essa era a que deveria estar presente para tocar e receber a honraria, com os integrantes antigos participando também – como aconteceu com os Rolling Stones, que receberam bem o ex-integrante Mick Taylor quando foram agraciados.

No entanto, quem organiza a palhaçada vetou o Kiss atual para tocar na cerimônia, e impôs a participação de Criss e Frehley. Simmons e Stanley decidiram não tocar, mas se submeteram à exigência de ter de dividir o palco com os ex-integrantes desafetos – o que não sereia um problema se não fossem as disputas asquerosas de bastidores.

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A formação original do Kiss recebe a honraria do Rock and Roll Hall of Fame (FOTO: ROCKHALL.COM/DIVULGAÇÃO)

O Kiss foi humilhado e não poderia jamais ter comparecido. As chorosas reclamações de sempre dos ex-integrantes deveriam ser ignoradas e a banda ser homenageada como deveria. Ao subir ao palco diante de toda a palhaçada a que foi submetida, o Kiss chancelou as exigências estapafúrdias de uma instituição que se especializa em humilhar artistas gigantes e "homenagear" gente desconhecida até mesmo para o público norte-americano.

Enquanto isso, o Rush teve que aguentar anos na fila para obter tal reconhecimento, olhando músicos de soul e blues com apenas dois discos fracassados lançados serem incluídos – sem falar que agora empresário também entra, como os casos de Briam Epstein (Beatles) e Andrew Loog Oldham (Rolling Stones) (?!?!?!?!?). E o Deep Purple, que ano a ano é esnobado?

Tão constrangedor quanto o Kiss no palco foi o "abraço" de Courtney Love, viúva de Kurt Cobain, em Dave Grohl, na homenagem ao Nirvana. Inimigos declarados desde o fim do trio, em 1994, a cantora nunca perdeu a oportunidade de atacar o ex-baterista, seja por conta do espólio musical, seja por conta de questões financeiras e artísticas. Elegante, Grohl sempre passou ao largo das declarações furiosas e acusações ridículas de Love, mas não escapou do abraço demagógico-oportunista. Um final perfeito para uma "festa" indecente onde os artistas são os que menos contam, infelizmente.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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