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Paco de Lucia, o mestre do impossível no violão

Combate Rock

01/03/2014 07h10

Marcelo Moreira

O operador de câmera até que tenta. Uma. duas. Três vezes. Até que desiste. Prefere deixar a câmera estática para enquadrar o violonista por inteiro. Era impossível acompanhar os dedos do músico pelos braços do violão, tamanha a velocidade da execução de Paco de Lucia, um dos maiores gigantes da música do século XX. O concerto, filmado em Madri nos anos 80, capital da Espanha, foi um dos pontos altos da carreira do gênio.

Sua capacidade extrema para extrair sons impossíveis lhe valeu a admiração de guitarristas de todos os gêneros, em especial os do rock. é impossível não perceber nas execuções de gente como Yngwie Malmsteen e Ritchie Blackmore alguma influência do mestre espanhol do violão, que era referência na música flamenca, no jazz e na música erudita.

Francisco Gustavo Sánchez Gomes era seu nome verdadeiro. Morreu na quinta-feira, no México, vítima de ataque cardíaco, aos 66 anos. Segundo testemunhas, ele caminhava na praia com os filhos quando começou a se sentir mal.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Entre os brasileiros, dois músicos sempre revelaram a admiração e a influência de Paco de Lucia: são os violonistas "monstros" Raphael Rabello (que morreu em 1995) e Yamandú Costa, estrela gaúcha que atualmente excursiona pelo Brasil e pela Europa. No exterior, muita gente boa também como mestre, como John Petrucci (Dream Theater), Steve Morse (Deep Purple) e até o falecido Frank Zappa.

Uma das mais bonitas homenagens foi feita pelo brasileiro Kiko Loureiro (Angra), que escreveu o seguinte em sua página no Facebook: "Quando eu tinha 10 anos de idade antes até de começar a tocar guitarra, meu pai me trouxe um vinil duplo chamado 'A Arte de Paco de Lucia'. Deste dia em diante Paco faz parte da minha vida. Inspiração, influencia e conforto em ouvir sua música que carrega uma intensidade e paixão raríssima de encontrar. Paco sempre vivo. RIP".

Um dos pontos altos da carreira do violonista foi a série de shows que realizou nos Estados Unidos em 1980 ao lado de outros mestres – 0 norte-americano Al DiMeola e o inglês John McLaughlin. Um dos shows acabou virando o álbum "Friday Night in San Francisco", lançado no ano seguinte, contendo uma versão maravilhosa da obra-prima "Frevo Rasgado", do brasileiro Egberto Gismonti.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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