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40 anos do clássico álbum ‘Burn’, do Deep Purple

Combate Rock

23/02/2014 06h44

Ricardo Gozzi – do blog Roque Reverso

 

O Deep Purple estava, 40 anos atrás, naquele que poderia ser considerado seu auge. Vinha de três álbuns antológicos lançados num intervalo inferior a um ano, entre março de 1972 e janeiro de 1973: "Machine Head", "Made In Japan" e "Who Do We Think We Are".

Em junho de 1973, no entanto, Ian Gillan anunciou inesperadamente sua saída do Deep Purple. Roger Glover também sairia a seguir. De um dia para o outro, em um de seus melhores momentos criativos, a banca britânica, precursora do heavy metal moderno ao lado de Black Sabbath e Led Zeppelin, estava sem vocalista e sem baixista.

Não sabiam eles, porém, que estavam ironicamente abrindo caminho para o melhor álbum de estúdio gravado pelo Deep Purple em quase meio século de estrada, "Burn", que neste 15 de fevereiro completa 40 anos de seu lançamento.

Achar o substituto de Glover foi relativamente fácil. Ritchie Blackmore e Jon Lord encantaram-se com Glenn Hughes, então baixista do Trapeze. Além de mandar bem nas quatro cordas, Hughes cantava muito – como quem ainda não o conhecia viria a descobrir alguns meses depois.

Chegou-se a ventilar a possibilidade de Hughes cuidar sozinho dos vocais, mas a ideia de ter um frontman foi mais sedutora. Poderia ter sido Paul Rodgers, então vocalista do Free e que mais recentemente assumiu só os microfones do Queen. Mas ele rejeitou o convite.

Em meio a fitas e mais fitas recebidas pela banda, um tal David Coverdale, então um cabeludo de 21 anos de idade, chamou a atenção. Convidado a fazer um teste, passou. Semanas depois a nova formação do Purple foi anunciada.

A seguir, Blackmore, Lord, Coverdale, Hughes e o baterista Ian Paice trancafiaram-se para ensaiar e compor por duas semanas.

Com o material pronto, dirigiram-se a Montreux em novembro daquele ano para gravar "Burn". Usaram a lendária unidade móvel de gravação dos Rolling Stones, a mesma com a qual haviam gravado "Machine Head".

Voltaram para a Inglaterra com uma obra-prima na bagagem.

Muitos fãs de Gillan – e o próprio Gillan – torcem o nariz quando alguém cita "Burn" como o melhor álbum gravado pelo Deep Purple, mas o que Hughes e Coverdale fizeram nos vocais somado à forma técnica e à fase criativa de Blackmore e Lord (já reparou que ninguém nunca dá um crédito decente ao baterista?) proporcionou um disco genial do primeiro ao último acorde.

E na sequência ainda viria "Stormbringer".

Descontado o fato de Coverdale já ter mostrado na magnífica "Mistreated" a vocação para músicas de dor-de-cotovelo que marcaria sua carreira, não é à toa que, passadas quatro longas décadas, Gillan ainda hoje recusa-se a cantar ao vivo as músicas com Coverdale e Hughes nos vocais.

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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