Marcelo Moreira

Quando os Mutantes decidiram voltar à ativa em meados de 2000, sem Rita Lee e com Arnaldo Baptista, muita gente comemorou, mas outros ficaram com o pé atrás. Mesmo surpreendendo com trabalhos autorais melhores do que se esperava e bons shows, o pique não foi sustentado, com a banda se apresentando menos do que se esperava, ora fazendo shows no Brasil e no exterior, ora hibernando. Pois a nova encarnação sai de casa e faz um show interessante que deve lotar a comedoria do Sesc Belenzinho no próximo final de semana.

A banda ainda é tida como referência do rock psicodélico brasileiro e do tropicalismo, ainda que seja superestimada aqui e no exterior. Formada em 1966 por Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee no bairro da Pompeia, na zona oeste de São Paulo, representou um sopro de jovialidade e de alguma inventividade na música pop dos anos 60 no Brasil, ainda dominada pela bossa nova, pelo samba e pelo início do pretensioso e frequentemente chato tropicalismo.

Dias (violão, guitarras e vocais) é o único que continua na atual formação, que tem ainda Vinícius Junqueira (baixo), Vítor Trida (guitarras, flauta, viola caipira e violino), Esmeria Bulgari (vocais), Henrique Peters (teclados) e Cláudio Tchernev (bateria). Por mais que consideremos os Mutantes superestimados, é necessário reconhecer que, dentro do incipiente rock brasileiro da virada dos anos 60/70, o grupo criou um som único, com o uso de  efeitos, como feedback, distorção e truques de estúdio de todos os tipos, aliados à irreverência e pioneirismo na combinação de rock com elementos de música brasileira.   Recentemente, a banda lançou o álbum "Fool Metal Jack".

SERVIÇO

R$ 40,00 (inteira); R$ 20,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

Dias 31/01 e 01/02. Sexta e sábado, às 21h30