Saúde cobra seu preço e Motorhead adia turnê novamente
Combate Rock
25/01/2014 06h44
Marcelo Moreira
"Ninguém é capaz sequer de imaginar como alguém como Lemmy consegue tocar a música que toca, pesada, brutal e altíssima, com a idade que tem e com o histórico de excessos que tem". O comentário, em tom jocoso, é do companheiro de banda Phil Campbell, guitarrista, fiel escudeiro de Lemmy Kilminster no Motorhead, em depoimento ao livro "A História Não Contada do Motorhead", de Joel McIver, escrito em 2011. O baixista, vocalista e líder da banda tinha então 65 anos de idade e nunca havia sofrido problemas sérios de saúde.
Parece que a publicação de McIver surgiu como uma premonição, pois desde o final de 2011 que o músico vem tendo seguidos problemas de saúde, sendo obrigado a cancelar shows e turnês – Lemmy chegou a ser internado com problemas cardíacos de gravidade moderada. E a conta está ficando cada vez mais salgada: o Motorhead anunciou ontem que sua turnê pela Europa, anteriormente prevista para fevereiro, foi adiada novamente por conta de novas complicações de saúde de o líder da banda, que é diabético e ainda tem problemas cardíacos.
Por meio do site da banda e nas redes sociais, a banda pediu desculpas aos fãs em nota oficial e expressa que Lemmy é o que mais lamenta os cancelamentos. Segundo o texto, "Lemmy sente a inconveniência de cada um dos ingressos e planos de viagens feitos por todos os fãs. Tendo sido um batalhador por mais de 50 anos, é muito ruim que ele não consiga ocupar seu lugar no ônibus da turnê, mas ele sabe que sua saúde deve vir à frente."
O mais irônico é que, em entrevista à revista Rolling Stone norte-americana, publicada em seu site esta semana, o líder do Motorhead contou que mudou algumas coisas no seu dia a dia e que está comendo um pouco melhor, além de diminuir bastante a quantidade de álcool ingerida diariamente. Uma de suas paixões, os cigarros, teve um corte radical: hoje ele só fuma no máximo dois cigarros por dia. As novas datas ainda não foram remarcadas.
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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