Rush caminha para o fim, mas deve gerar o projeto LeeLifeson
Marcelo Moreira
De forma coerente com o comportamento e a história de seus integrantes, o trio canadense Rush está chegando ao fim sem alarde após 47 anos de carreira.
O grupo ameaçava com a decisão havia pelo menos cinco anos por conta das recorrentes ameaças do baterista Neil Peart de se aposentar – ele sempre odiou turnês, e a coisa ficou mais complicada ainda neste século XXI.
Aos 66 anos de idade, a ameaça parece ter se concretizado, a julgar pelos rumores de um novo projeto envolvendo oss doutros dois membros do Rush – Geddy Lee (vocais, baixo e teclados) e Alex Lifeson (guitarra).
Segundo o bem informado DJ e radialista Eddie Trunk, amigo de várias estrelas do rock, a dupla já teria até nome, LeeLifeson, com uma turnê engatilhada para 2018 executando material próprio e clássicos do Rush. Os dois músicos ainda não se manifestaram sobre o assunto.
O Rush quase acabou em 1998, quando Peart, recluso e em depressão por conta das mortes consecutivas da filha de 19 anos e da mulher no ano anterior, se recusava a voltar aos estúdios – compreensivelmente, os dois amigos deram-lhe todo o tempo do mundo.
O baterista chegou a se declarar aposentado a um casal de amigos, mas mudou de ideia após uma longa viagem de motocicleta pelos Estados Unidos e pelo México no começo dos anos 2000 – que rendeu um livro, "A Estrada da Cura", editado já em português.
Ele voltou ao estúdio e às turnês, casou-se de novo e se tornou pai de uma menina hoje com pouco mais de 10 anos de idade. No entanto, a vida mudou demais para Peart e a ojeriza às turnês mundiais aumentou com o tempo.
Após o último giro do grupo, "R40", o baterista tomou a decisão definitiva de não mais subir aos palcos. Isso teria acontecido no começo de 2015, segundo fontes próxima da banda declararam a jornais ingleses.
Com a característica discrição, ninguém da banda comenta o assunto, mas os rumores estão cada vez mais fortes de que o Rush está congelado – não se sabe de temporariamente ou definitivamente.
Também se especula muito se a aposentadoria de Peart é definitiva ou apenas para shows ao vivo, com a possibilidade de o trio manter a carreira apenas lançando álbuns de estúdio.
O fato é que as contínuas ameaças de Neil Peart de se retirar da vida artística ganham peso ao longo dos últimos dez anos e não será nenhuma surpresa se o fim do trio de concretizar.
O duro para Lee e Lifeson será substituir à altura as inspiradas letras que o baterista escreveu por 42 anos, desde que substituiu John Rutsey, em 1974.
Embora sejam compositores de boa qualidade, Lee e Lifeson nunca precisaram se preocupar com as letras. "My Favorite Headache" é o único álbum solo de Geddy Lee, lançado em 2000, no período de afastamento de Peart.
Com a ajuda de amigos para compor a obra, Lee fez um trabalho razoável, e a diferença entre as suas letras e a do amigo baterista é muito grande.
Embora já esperado, o provável fim do Rush é mais um golpe para os amantes do classic rock e reforça a tese daqueles que cravam não haver bandas novas à altura de, ao menos, preencher parte da lacuna que um gigante como o trio canadense deixa na música pop.
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