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A doença pulmonar incurável de Ian Anderson, do Jethro Tull

Combate Rock

13/05/2020 18h30

Marcelo Moreira

O Jethro Tull ainda existe? Se depender de seu único integrante de fato, o flautista e cantor Ian Anderson, sim, mas com limitações, como ele surpreendentemente anunciou nesta semana.

Aos 72 anos, disse em uma entrevista ao programa "The Big Interview", do canal AXS TV, que sofre de uma doença obstrutiva crônica nos pulmões (DPOC na sigla em inglês) e que ela não tem cura. O flautista contou que recebeu o diagnóstico há alguns anos, mas que essa foi a primeira vez que falou sobre isso em público.

A notícia surpreende porque surge em plena pandeia global de covid-19. "Sofro de uma doença pulmonar incurável diagnostica há alguns anos. Tenho o que chama de exacerbações, ou seja, momentos em que a infecção se torna uma bronquite grave com duração de duas ou três semanas."

A explicação para ter contraído a moléstia também é inusitada: ele culpa, em parte, máquinas de fumaça dos shows. "Passei 50 anos da minha vida no palco entre aquelas malditas máquinas de fumaça. Como se alguém fosse inocente e não soubesse que ela danifica os pulmões."

E como está fazendo para fugir do coronavírus, que já matou quase 30 mil pessoas no Reino Unido? Ele disse que não teve alternativa a não ser ficar recluso em uma de suas propriedades, no sul da Inglaterra, onde há uma pequena floresta".

Ele não deu pistas seguras de seu futuro, embora tenha dito que ainda consegue fazer shows e compor, mas adverte que não o fará por muito mais tempo.

 

Anderson sustentou o Jethro Tull por quase 45 anos até decidir que a banda acabaria, em 2011. Realizou alguns shows solo nos meses seguintes e surpreendeu os fãs ao excursionar sob o nome Ian Anderson's Jethro Tull, sem nenhum integrante da formação anterior ou da clássica, aquela dos anos 70.

Isso causou situações constrangedoras, como a que ocorreu neste ano, quando promotores de shows trouxeram ao Brasil um, grupo integrado por três músicos do Jethro Tull para comemorar o "cinquentenário" de fundação.

A divulgação não usou explicitamente o nome da banda, mas nada fez pra dissipar as dúvidas a respeito: era ou não o Jethro Tull, já que guitarrista Martin Barre e o baterista Barriemore Barlow eram as atrações?

A bizarrice obrigou Anderson a se pronunciar oficialmente nas redes sociais em março, já que ele e sua "versão" do Jethro Tull tocaria por aqui em junho – shows que serão remarcados para 2021 por causa da pandemia.

O curioso é que, no comunicado oficial divulgado, o músico volta a falar como se o Jethro Tull fosse uma banda na ativa e que nunca tivesse acabado.

Parece um simples detalhe, mas não é, seja nos negócios ou perante os fãs. Seja como for, é mito provável que ele esteja nos palcos brasileiros no ano que vem, para nossa felicidade.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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