Lançamentos selecionados: Night Flight Orchestra, Testament, Killing Joke
Marcelo Moreira
– The Night Flight Orchestra – Banda sueca de formação inusitada para o tipo de som que propõe. São músicos suecos de metal extremo que decidiram fazer um hard pop com base sonora no som disco dos anos 70 e começo dos anos 80. O resultado é delicioso, por mais que esteja ficando sério demais – é o quarto disco em poucos anos, mostrando que o som agradou e que pode, em breve, suplantar as atuais bandas principais de cada um. O mentor da coisa é Bjorn "Speed"Strid, vocalista do Soilwork, cultuada banda de death metal que conseguiu inovar no segmento lá no finalzinho dos anos 90. Com esse projeto, ele imprimiu altas doses de humor e de competência, adicionando um som dançante e coeso, mas pesado e com forte pegada synth pop em alguns momentos. Há muita guitarra, mas o molho vem dos teclados bem timbrados e executados. "Aeromantic" é o nome do novo disco traz uma surpreendente homogeneidade, transformando-o no melhor álbum da carreira da banda. A faixa-título sintetiza a ideia do projeto, com suas camadas de teclados fornecendo uma base instigante e acelerada, assim como "Servants of the Air" e "Divinyls". "Taurus" e "Dead of Winter" são outros destaques. A questão é que o som, bacana e interessante, corre o risco de cair na mesmice se não houver algum tipo de elemento nos próximos CDs.
– Testament – Uma brutalidade espantosa para uma banda que caminha para os 4o anos de estrada. "Titans of Creation", recém-lançado, chega em um momento em que o Slayer deixou de existir e outros nomes do thrash metal oitentista estão hibernando. É uma porrada forte, onde as guitarras estão trabalhando de forma estupenda, com muitas variações melódicas e solos dilacerantes. O guitarrista Eric Peterson expandiu os timbres pesadíssimos e levanta a bola com tudo para o outro guitarrista, Alex Skolnick, desfile qualidade e inventividade em linhas e solos memoráveis. Difícil destaca algo em um álbum tão bom – "Dream Deceiver", "Night of the Watch", "False Prophet", "The Healers"… A voz rasgada e cortante de Chuck Billy está cada vez mais potente, o que amplifica a sensação de destruição e de fim de mundo do grande Testament. Agora é torcer para que o vocalista se recupere rapidamente da infecção do coronavírus.
– Killing Joke – "The Unperverted Pantomime" é, de certa forma, a ressurreição de uma banda que parecia torna-se bissexta. Cult para uns, clássica para outras, o Killing Joke é uma instituição britânica oitentista de difícil classificação – é pesado, é dançante, é agressivo, é inovador. O novo lançamento não é exatamente uma novidade, pois é uma coletânea de gravações raras de estúdio e ao vivo, além de demos e performances em emissoras de rádio.Poderia ser mais uma coletânea pra desejar sobras de baú, só que é Killing Joke, um grupo diferente com uma discografia diferente e inusitada. Para uma geração que teve pouco contato com as músicas da banda, "The Unperverted Pantomime" é uma boa amostra do poder de fogo do quarteto.
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