O falso dilema entre isolamento social e direito de ir e vir
Marcelo Moreira
A desfaçatez e a desonestidade intelectual contaminaram a sociedade brasileira de tal forma que estão conseguindo colocar em campos opostos a democracia, bom senso e direitos civis – e justamente quem patrocina essa velhacaria são os mesmos dejetos humanos que estão atentando contra a própria democracia e a liberdade de expressão desde que o lamentável Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República.
Já era esperado que as medidas de restrição de movimentos e isolamento social provocaria reclamações contundentes de empresários, comerciantes e mesmo de entidades trabalhistas preocupadas com o aumento do desemprego. Certamente é uma consequência desagradável e preocupante da pandemia de coronavírus que atinge o mundo inteiro.
O que não dá é para suportar imbecis invocarem o direito de ir e vir e de abrir o comércio alegando que a economia vai parar e que o país vai desabar. São os mesmos lixos humanos que apoia a excrescência que preside o país e que atentam contra a democracia sempre quer podem, apoiando um governo autoritário de inspiração fascista. Não são só irresponsáveis e inconsequentes – são criminosos e patifes.
Quem brada pela reabertura do comércio e fim da quarentena mergulha fundo no asco, resvalando na patifaria. E está cheio desse tipo de gente dentro do rock e da música, gente que pode estar sendo movida pelo desespero da falta de rendimento, mas também muitos pela irresponsabilidade, pelo egoísmo e pela desumanidade.
Da mesma forma que os fascistas subvertem a questão e acusam de nazismo as medidas de restrição social, a parte saudável e racional da sociedade vê com preocupação a possível captura por parte de gente nociva dos "conceitos" de combate à pandemia – a guerra contra o vírus – para atacar a própria democracia.
Esse dilema sempre existiu entre as autoridades e os grupo políticos que prezam a democracia. A urgência no tratamento de choque para restringir o avanço da doença requer, temporariamente, que deixemos de lado os pruridos filosóficos e teóricos para que possamos lutar pela vida – e nem entramos ainda no pico da doença no Brasil, já que as periferias e favelas foram pouco afetadas até agora.
Chegamos ao ponto em que a irresponsabilidade se tornou contravenção e crime, obrigando a Polícia Militar a intervir e até a prender quem desrespeitar o isolamento social e abrir estabelecimentos comerciais proibidos de operar. Essa falta de solidariedade é desumana e criminosa, ensejando medidas duras.
E não adianta espernear e estrebuchar, como têm feito empresários insanos e bolsonaristas acéfalos. A quarentena foi estendida e provavelmente será novamente, para além do dia 22 de abril, ao menos no Estado de São Paulo. E que assim seja, pois é necessário para frear a velocidade de disseminação da doença e aliviar a superlotação dos hospitais.
O covid 19 mata, e a economia deve ficar em segundo plano. Haverá recessão e desemprego? Sim. Não há o que fazer a respeito. Governos competentes estão buscando formas de auxiliar principalmente a população carente e as empresas mais vulneráveis. Como isso não existe no Brasil, as consequências serão mais graves. Paciência…
O isolamento social está tendo resultados, segundo as maiores autoridades nacionais e mundiais em saúde. Sua continuidade é fundamental para a luta contra a doença. Recuos no convívio social e restrições de ações e movimentos são imperativos neste momento. Desrespeitar essas normas é um atentado contra a civilização.
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