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Miltinho Romero, um apaixonado por guitarras

Combate Rock

27/03/2020 17h41

Nelson de Souza Lima – especial para o Combate Rock

Miltinho Romero é um dos mais talentosos guitarristas brasileiros. Antes de se apaixonar pelas seis cordas, tentou ser baterista. Paulistano da Aclimação, Romero vem de família musical e, desde criança, foi influenciado pelos grandes grupos do rock como Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Deep Purple.
"Tentei a batera, mas não era o que queria. Um belo dia, o Marcelo, meu irmão, me deu um violão e pronto! A luz acendeu. Comecei a estudar o instrumento, mas logo passei pra guitarra", diz o guitarrista do Rádio Táxi.
Fã incondicional de Yngwie Malmsteen, confessa que o guitarrista sueco foi um dos responsáveis por ter começado a tocar. "Foi um soco na boca do estômago quando ouvi o Malmsteen. Mas depois fui escutar Hendrix, Blackmore, Alvin Lee, Page, Albert Collins e muitos outros."
O primeiro salário profissional veio ainda adolescente tocando como guitarrista free lancer e, segundo ele, sua experiência nos estúdios de gravação serviu para lhe dar grande bagagem, mas sem esquecer dos eventos e bandas que formou antes. "Tive muita sorte de trabalhar desde cedo com música, aos 15 anos já estava tocando em várias bandas de rock, festas e casamentos."
Atualmente se dividindo entre aulas, trabalho em estúdios e carreira solo o guitarrista integra também o Rádio Táxi, um dos principais grupos do rock oitentista.
No final de 2018, Miltinho Romero lançou "Colorful", primeiro trabalho solo com oito faixas instrumentais. "Compus o disco em seis meses, foi na mesma época que entrei no Rádio Táxi e tive que conciliar as duas coisas. Com poucos recursos , gravei as guitarras e baixo e meu irmão Marcelo Romero na bateria, me ajudou nos arranjos finais e o tecladista José Antônio Cardillo gravou duas músicas. Usei nas gravações uma Strato American Standart, uma Ibanez RG, e duas Telecaster, uma Benedetti Custom guitar , e uma Tagima."

Miltinho Romero (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Como foi sua formação musical?
Miltinho Romero – A música sempre esteve presente em minha vida, pois tenho influência de músico na família. Com cinco anos de idade, pela influência de meu irmão, eu ouvia discos de rock, como Beatles, Stones, The Who, Led, Purple entre outros.Tentei aprender bateria com ele, mas não era o que queria. Um belo dia ,ele me deu um violão e pronto. A luz se acendeu.Comecei a estudar violão, mas logo quis passar pra guitarra. Tomei aulas para aprimorar e um dos meus professores, Luciano Mazzeo, me deu uma fita cassete do Yngwie J. Malsmsteen. Foi um soco na boca do estômago. Malmsteen é um dos responsáveis por eu tocar e agradeço o Luciano por isso. Depois comecei a ouvir Hendrix, Blackmore, Alvin Lee, Page, Albert Collins e muitos outros.
O que contribuiu para se tornar um músico e te deu bagagem pra virar profissional?
MR – Tive muita sorte de trabalhar desde cedo com música. Aos 15 anos já estava tocando em várias bandas de rock, festas e casamentos, mas o maior aprendizado foi gravando em estúdios de amigos para clientes como guitarrista free lancer, no qual recebi meu primeiro salário como músico. Tive uma passagem na banda Harppia, do meu querido amigo Jack Santiago, o que me deu uma certa bagagem do que viria mais pra frente.
Como é levar suas influências e modo mais pesado de tocar para o Rádio Táxi, que teve na sua formação o Wander Taffo?
MR – Apesar do Rádio Táxi ser uma banda de pop rock, o Wander Taffo nunca poupou esforços para tocar solos supertécnicos, pesados e melodiosos ao mesmo tempo. Para mim, foi um dos maiores guitarristas brasileiros e com uma palheta admirada até hoje, como poucos já vi.
O termo guitar hero ganhou notoriedade com gigantes como Yngwie Malmsteen, Steve Vai e Joe Satriani. Não é um termo um tanto tendencioso? Determina que quem não está no nível desses incríveis guitarristas é, no máximo, bom músico. O que acha disso? E está a caminho de ser um guitar hero?

MR – Guitar heroes sempre existiram, mas em meados dos anos 80/90 ficou mais evidente e virou sinônimo de guitarristas shredders (fritadores, ou velozes), mas isso sempre existiu em outros estilos como jazz, blues e country.Mas esse título hoje em dia ao meu ver, é apenas para frisar um guitarrista que se identifica com sua sonoridade, atitudes e musicalidade, não me acho um guitar hero, e não estou em busca disso, quero apenas que as pessoas curtam o que estou fazendo. Para viver de guitarra no Brasil, todos nós somos heróis.

Rádio Táxi (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Nos últimos anos a guitarra tem perdido seu protagonismo, uma vez que as vendas do instrumento caíram e gigantes do segmento como Fender e Gibson enfrentam crises de mercado. Para você a guitarra tende a ser relegada a um segundo plano? Como vê o interesse das pessoas pelas seis cordas atualmente?
MR -A guitarra está em baixa? É possível. Enquanto essa nova geração de pais empurrar aos seus filhos o que eles desejam e não o que seus filhos realmente querem, talvez tenhamos uma esperança, mas admito que o interesse possa estar menor pela guitarra.
"Colorful" é seu primeiro álbum solo, lançado no final de 2018. Como foi o processo de produção, composição e gravação? Muitos perrengues para lançar um disco hoje em dia?
MR – Compus o disco em seis meses, foi na mesma época que entrei no Rádio, tive que conciliar as duas coisas. Com poucos recursos , gravei as guitarras e baixo e meu irmão Marcelo Romero na bateria, me ajudou nos arranjos finais e o tecladista José Antônio Cardillo gravou duas músicas.Usei nas gravações uma Strato American Standart, uma Ibanez RG, e duas Telecaster, uma Benedetti Custom Guitar e uma Tagima. Em breve estarei usando as guitarras de uma empresa, estamos adiantados na conversa, em breve firmaremos parceria.No meu disco usei alguns pedais tradicionais, só acrescentei um wammy, e um cry baby usei meu ampli Buguera com dois falantes Celestino 2 /12 e minha strato, Soloist e tele dependendo da música.
Os nomes das músicas também são legais: "Funk You", "Heroes", "Looking For Trouble". Como é dar nome para um som instrumental?
MR – Os nomes não têm muitos significados, uma ou outra é mais pensado, mas é apenas uma busca da sonoridade das palavras,que acabam despertando interesse.
Infelizmente a pandemia de coronavírus virou o mundo de ponta cabeça. Como tava o trampo de divulgação do disco até a pandemia eclodir e parar tudo?
MR – Estávamos ensaiando para estreitar o show do meu disco solo, mas com o Rádio Taxi também aconteceu a parada, e paciência . Agora todos nós temos de nos cuidar em prol do mundo e de quem a gente gosta.
Como é conciliar o trampo com as bandas e o papel de professor de música?
MR – Realmente você tem que se desdobrar para fazer todas as coisas como aula, gravação, shows e Televisão, mas as vezes é bom ter um ou dois dias para você estudar e organizar as ideias .Dou aulas apenas duas vezes por semana por opção, para poder ter outros dias para outras atividades sempre relacionado a profissão.
Álbum: Colorful
Músicas
Amplifier Is on Fire
Colorful
Five Kittens In The Kitchen
Funk You
Heroes
Looking For Trouble
Picking Love
Tendinitis Blues

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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