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Programa Combate Rock - 50 anos em 20

Maurício Gaia

04/03/2020 16h51

Equipe Combate Rock

No programa desta semana, damos início à série "50, 40, 30, 20, 10", ou seja, discos que estão completando datas redondas de seu lançamento. Começamos com os álbuns que estão fazendo 50 anos em 2020.

Para começar, é necessário dizer que as ausências são diversas: não trazemos "Layla And Other Assorted Love Songs", creditado a Derek And The Dominos (pseudônimo adotado por Eric Clapton, Duanne Allman, entre outros), "Black Sabbath" e "Paranoid", "Band of Gypsys" (a segunda banda de Jimi Hendrix), entre outros.

Brasil

Capa de "Força Bruta", de Jorge Ben

Destacamos em primeiro lugar "Força Bruta", de Jorge Ben. Este é o segundo álbum que ele gravou acompanhado pelo Trio Mocotó: Fritz Escovão, Nereu Gargalo e João Parahyba.

O encontro entre Ben e o Trio Mocotó se deu em jams sessions na noite paulistana, época que o cantor e compositor carioca morava em São Paulo. Juntos, gravaram o álbum "Jorge Ben", em 69, mas foi em "Força Bruta" que elementos de funk e soul foram adicionados,  estabelecendo as bases do que viria a ser chamado de "samba rock".

O ano de 1970 também temos o lançamento de "A Bad Donato", gravado por João Donato nos EUA. Com altas doses de lisergia (literalmente, segundo dizem) e arranjos de Eumir Deodato, o grande mestre João Donato gravou um disco abrasivo, psicodélico e cheio de balanço.

Falando mais de rock, trouxemos o terceiro álbum dos Mutantes – "A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado". Se afastando dos elementos de música brasileira presentes nos álbuns anteriores, os Mutantes iniciam o flerte com o rock progressivo, com longos temas. Esta aproximação acabou, entre outros motivos, resultando na demissão de Rita Lee e o subsequente ocaso da banda.

Mundo

Capa de "Bitches Brew"

Enquanto tudo isso acontecia no Brasil, Miles Davis apresentou ao mundo mais uma de suas revoluções. Em "Bitches Brew", acompanhado por uma bandaça incrível (Wayne Shorter, Joe Zawinul, Chick Corea, John McLaughlin, Airto Moreira, entre outros), os pilares do "jazz-rock" ou "fusion" são lançados.

Falando em pilares, temos dois álbuns que, juntamente com o trabalho feito pelo Led Zeppelin, definem o som pesado: heavy metal, hard rock ou o tal do "rock pauleira": Black Sabbath, com seu álbum de estréia (falamos dele aqui), e o Deep Purple, com o álbum "In Rock".

O In Rock também marca a estréia em estúdio de sua segunda (e mais famosa) formação, com as presenças de Ian Gillian (vocais) e Roger Glover (baixo). Além disso, é o momento de sua grande mudança estética, onde abandona o art rock com tons progressivos dos álbuns anteriores em favor de um hard rock cru e urgente.

No mesmo ano, o Led Zeppelin lança "Led Zeppelin III", onde se privilegiam arranjos acústicos, como prova de que a trupe liderada por Jimmy Page também pudesse soar "leve". Apesar disso, a faixa que abre é "Immigrant Song", pesadíssima, assim como "Out on The Tiles".

Na Inglaterra, ainda temos The Kinks, com "Lola vs Powerman and the Moneygoround, Part I", álbum conceitual, com diversas críticas à indústria musical.

Enquanto tudo isso acontecia, os Beatles se despedaçavam: a briga entre Paul McCartney e seus até então colegas quanto às datas de lançamento de "Let it Be" e "McCartney" (seu primeiro álbum solo) e as discordâncias com relação ao resultado final (obra do produtor Phil Spector) daquele que acabou sendo o álbum de despedida do quarteto inglês, desembocou no anúncio da saída do baixista da banda e seu consequente dissolução.

Surgindo dos escombros do fim dos Beatles, George Harrison lança seu megasucesso "All Things Must Pass", o primeiro álbum triplo creditado a um artista solo e um dos melhores resultados de venda obtidos por um ex-beatle.

Clique no player abaixo e divirta-se!

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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