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Programa Combate Rock destaca os melhores dos anos 2010

Combate Rock

29/01/2020 10h00

Foi durante os anos 10 que a forma que se música mudou dramaticamente: a predominância do consumo via streaming sei impôs como o principal meio que as pessoas escutam música, em detrimento das vendas físicas e digitais.

Também observamos a tendência surgida já na década anterior se intensificou: a música passou a competir com outras formas de entretenimento – videogames, internet, televisão paga e tv não linear, além de serviços como Netflix, Hulu, entre outros. Se até os anos 1990, a música exercia um papel fundamental dentro de considerável parcela dos consumidores, agora este papel está fragmentado entre diversos produtos oferecidos pela indústria cultural.

"Lemonade", de Beyoncé, é um dos principais discos dos anos 10.

Ainda nos anos 2010, percebemos que o R&B contemporâneo americano ganhou, indiscutivelmente, as paradas de sucesso: artistas como Drake, Rihanna, Beyoncé, entre outros, ganham o coração, mente e bolsos da garotada, relegando o rock a um nicho escanteado dentro do mercado global.

Tirando os velhos dinossauros (sim, já podemos chamar U2, Muse e afins de dinossauros), os novos artistas de rock acabam discutindo uma fatia cada vez mais minguada do mercado. Isso sem falar de outros fenômenos de nicho que falam diretamente com público adolescente, como o k-pop.

Ainda tivemos, nos anos 2010, a despedida de um dos artistas mais completos do século passado (e deste também?), David Bowie. Seu último álbum, "Black Star", além de servir como um testamento para sua obra, acabou sendo o melhor da década (ok, sabemos que a década acaba somente ao fim deste ano).

No Brasil

Em terras de Pindorama, temos pela segunda década seguida a consagração da música sertaneja. O gênero extrapolou os limites das feiras agropecuárias e atinge grandes públicos também nos principais centros urbanos. Embora ainda muito dependente dos velhos esquemas da indústria musical (jabá, jabá e jabá), a música sertaneja soube não só como conquistar novos públicos como também se adaptar: funknejo, breganejo, qualquercoisanejo, tem sertanejo para (quase) todos os gostos.

Em paralelo, acompanhamos a consolidação do rap e do funk como a voz de um mercado que, até pouco tempo, era pouco ouvido, a das periferias urbanas. Nomes já conhecidos como Racionais MCs, Criolo, Thaíde & DJ Hum abriram as portas para a nova geração como Djonga, BK, Karol Conka, Rincón Sapiência e Emicida. No funk, um cenário mais fragmentado, com MCs e DJs pipocando por tudo quanto é lugar (alguém ainda lembra do MC Bin Laden? quem é que cantava "Me Deu Onda"?), se tornaram porta-vozes de uma garotada que frequenta os fluxos e os bailes nas comunidades periféricas, além de acabarem virando canal de denúncia para o genocídio que acomete essa juventude.

Boogarins (Foto: Divulgação/Ann Alva Wieding)

No rock, o cenário independente, a duras penas, acabou se consolidando, sem ter uma receita única: de um lado, temos o fortalecimento de grandes festivais independentes, como Bananada Noise, DoSol, Se Rasgum, Porão do Rock, Psicodália, entre outros; de outro, acompanhamos a carreira dos Boogarins, que passa a maior parte do tempo fora do Brasil; ou o Terno, de Tim Bernardes, que flerta com o mainstream, mas também se mantém dentro do circuito independente.

De vários lugares do Brasil, as bandas continuam a produzir, lançar seus singles, fazer shows, pulverizando a velha mania de que as coisas interessantes se restringiam ao circuito Rio-São Paulo. The Baggios, BaianaSystem, My Magical Glowing Lens ou Molho Negro são todos exemplos de gente que, como nos lembra o veterano Tony Babalu, pega o canivete para abrir a mata.

No programa Combate Rock desta semana, nos debruçamos sobre o que aconteceu neste período e destacamos alguns artistas.

Clique no player e divirta-se!

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

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