Músico de aplicativo
Importante depoimento de um músico profisisonal que não ganha milhões e que tem de ralar diariamente como todo mundo. Consideramos relevante porque ilustra bem o que virou o mercado musical no século XXI, que músicos e professores de qualquer coisa continuam desprezados e menosprezados.
Ricardo Vignini – violeiro, violonista e guitarrista, com mais de 20 CDs gravados e lançados – publicado originalmente nas redes sociais
Há poucas diferenças entre o que eu faço e um motorista de Uber ou entregador de iFood. Trabalho 12 horas por dia fazendo música para ser distribuído em um aplicativo e ganhar alguns reais.
Boa parte das pessoas que trabalham com Uber ou iFood foram obrigadas a isso. Eu, de certa forma, só sei fazer o que eu faço, não sei dirigir e tenho medo de andar de bicicleta na cidade de São Paulo.
Há dez anos eu estaria agora com a minha assessora de imprensa articulando o lançamento de um CD novo, escolhendo os jornalistas, as revistas especializadas.
Não há mais revista! Jornalista virou blogueiro!
Infelizmente decidi, por enquanto, não fazer mais álbuns físicos, o que pra mim é muito frustrante – fiz 16! Mas confesso que não coloco um CD físico pra escutar faz uns cinco anos.
O dinheiro que eu fazia com vendas é não paga mais o investimento, crowdfunding fiz três bem sucedidos mas depender do correio é foda, muitos extraviavam é eu fico com fama de caloteiro.
Vinil custa R$ 10 mil pra fazer 200, é pra rico! Então sigo fazendo meus lançamentos de forma caótica como o mundo. Ah tem uma diferença entre músico de aplicativo e motorista de aplicativo!
O motorista não é chamado de vagabundo.
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