Sempre pode piorar: a cultura está largada nas mãos da Viúva Porcina
Marcelo Moreira
A estratégia mudou, como bem alertaram os especialistas e jornalistas bem informados. Sai o destrambelhado nazista e entra uma marionete com algum prestígio para disfarçar o mal-estar.
Regina Duarte será a nova scretária da Cultura do Ministério do Turismo e pode até exigir que sua pasta volte a ser ministério. O que não muda o projeto autoritário da área cultural do governo ultraconservador de inspiração nazista de Jair Bolsonaro.
A agora ex-atriz, casada com um dos grandes pecuaristas do Brasil, foi escolhida para dar um pingo de respeitabilidade e credibilidade a um governo lamentável e em guerra cultural com a sociedade.
Repudiada pela maioria dos colegas de profissão, tanto da TV como do teatro, por conta das posições políticas, enfrentará resistência bem mais acirrada diante do posicionamento explícito do governo diante da cultura e das artes.
O setor não perdoa a falta de informação e de conteúdo de Regina Duarte em campanhas anteriores, quando atacou de forma hidrófoba e sem conteúdo todas as campanhas de candidatos de esquerda. Mais ainda, é execrada pelo apoio, ainda que implícito, ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
A situação fica ainda mais complicada para a ex-"namoradinha do Brasil" pelo apoio incondicional ao inacreditável Jair Bolsonaro e pelo silêncio em relação aos contínuos e constantes ataques à classe artística e à liberdade de expressão perpetrados pelo atual governo e por bolsonaristas estúpidos (quase um pleonasmo).
Ou seja, não é nenhum absurdo considerar que Regina Duarte não tem muito apreço pela própria cultura e pela liberdade de expressão, já que não só apoiou Bolsonaro como aceita fazer o trabalho sujo de assumir a Secretaria de Cultura de seu governo.
Vamos lembrar que a ex-atriz criticou duramente o especial de Natal do Porta dos Fundos, que insinuou um Jesus Cristo gay e endossou as tentatvas de censura ao trabalho do programa humorístico.
Identificada como futura marionete de Bolsonaro, estando no cargo apenas de forma decorativa, a ex-atriz será um boneco que simbolizará a cultura jogada na latrina, aparelhada pelo ultraconservadorismo que admira os conceitos de "arte bela" e "arte degenerada".
A escolha de Regina Duarte foi uma cartada desesperada de um governo desnorteado e com projetos inconsistentes para todas as áreas, mas principalmente na cultura e na educação. Por consequência, a nova secretária, pega de surpresa – claramente foi um coelho tirado da cartola -, não tem projeto algum.
E, certamente, diante da falta de conteúdo e de cérebro que sempre demonstrou em suas lamentáveis manifestações políticas – sempre recheadas de discriminação e preconceitos, além da falta de informação -, não temos motivos para esperar algo de bom de sua gestão.
Seus conceitos sobre cultura são rasos e a inexperiência a respeito da gestão pública da cultura a colocará como refém de ingerências diversas, principalmente de elementos nocivos, de origem religiosa, que infestam o governo.
Resta saber agora qual o papel quedesempenhará nesta fase ruim de sua vida: será a oportunista e esperta Viúva Porcina ou a inocente e sonsa Rainha da Sucata?
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