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O metal encontra o forró: Edu Falaschi recebe Calcinha Preta em Recife

Combate Rock

18/01/2020 12h00

Marcelo Moreira

Edu Falaschi (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Em tempos bicudos onde o rock perde cada vez mais espaço, seja no Brasil eseja no exterior, de vez em quando alguém surge com uma brilhante ideia de misturar gêneros e subgêneros e inventar uma parceria inusitada.

Não costuma dar errado, mas fica longe de dar certo. Quando um Sepultura chama Carlinhso Brown para fazer a percussão de uma música, em um CD, acaba sendo inusitado e, geralmente, acaba passando batido pela maioria, pois se trata apenas de uma participação especial.

O memso pode ser dito do Angra, quando chamou a cantora Sandy, ex-estrela infantil e ligada ao pop sertanejo, para uma breve participação em seu último CD, "OMNI".

Quando vira uma parceria de fato, como a com Zé Ramalho no Rock in Rio, o inusitado fica estranho, fica bizarro e esquisito. Não fica muito e não dá muito certo, na minha opinião.

Quando Angra e Sepultura tocaram juntos, por oito horas, em um trio elétrico no carnaval de Salvador, a convite de Carlinhos Brown, a situação foi inusitada sem que, aparemente, houasmvesse resultados práticos – o público, que não era o das bandas, considerou tudo de forma, no máximo, interessante, passou batido, não agregando muita coisa ao currículo dos dois gigantes do metal nacional.

Edu Falaschi, um dos cantores mais importantes do país, ex-vocalista do Angra, colocou sua banda Almah de molho e engatou uma carreira solo bem-sucedida tocando músicas de sua ex-banda nos últimos anos. Agora engata uma turnê nacional privilegiando sua fase acústica, com a "Moonlight Celebtration Tour".

"Moonlight" é o CD acústico que gravou anos atrás somente com versões ao piano e voz, com algus de sua carreira.m arranjo de cordas, de canções importante.

Para o sow de 23 de janeiro, em Recife (PE), ele terá participação de Daniel Diau, cantor da banda Calcinha Preta. O Calcinha Preta, nome de grande força no forró eletrônico, se tornou célebre entre os fãs de Angra após fazer uma versão da música "Bleeding Heart", da banda de metal. A regravação ganhou uma letra em português e foi intitulada "Agora Estou Sofrendo".

Em sua participação, Daniel Diau cantará, justamente, "Bleeding Heart" ao lado de Edu Falaschi. A versão com a dupla terá trechos em inglês e português.

A "Moonlight Celebration Tour" apresenta Edu Falaschi, no formato acústico, em teatros pelo Brasil. Junto dos músicos Tiago Mineiro, Ricardinho Paraíso e Wagner Barbosa.

Surpreendente e inusitada, a participação rendeu uma boa exposição aos dois músicos e pode até render alguma passagem cômica e divertida. Não passará disso.

Como participação especial em um show, ainda mais em forato diferente e longe do heavy metal poderoso que Falaschi sempre produziu, a parceria tem chance de ter resultados razoáveis, e não mais do que isso.

Dentro de um contexto específico, em um trabalho especifico, esse tipo de junção se justifica, como Milton Nascimento cantando em uma música do Angra em disco com temática brasileira ("Holy Land"). Fora desse ambiente, raramente funciona.

Como participação especial e especificamente em uma versão forró de uma canção do Angra talvez agrade a um público que raramente é surpreendido e que mais raramente ainda gosta de ser surpreendido.

É desnecessário? Considero que sim, já que não deverá agregar nada a nenhum dos lados. Esse tipo de parceria só rende notícia e resultados pelo lado do bizarro e do inusitado, algo que fica longe de uma colaboração com orquestra ou músicos eruditos, por exemplo.

Limitada a uma bizarrice que foi a versão forró de "Bleeding Heart", do Angra, mostra apenas um ecletismo dos dois lados, e mais nada. Mostra uma desinibição e uma coragem por parte do cantor roqueiro, que expande um pouco o seu leque de opções e de interesses, mas nada mais do que isso. Não precisava, mas a diversão e o ecletismo vão dar o tom em um show que promete ser especial, embor de outra maneira.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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