Com forte agenda política, Kool Metal Fest acontece neste final de semana
Marcelo Moreira
Uma mistura política explosiva entre feminismo e exaltação da política de defesa dos direitos humanos com um discurso raivoso e radical a favor dos refugiados e dos imigrantes, sendo que tudo isso é tempetrado pela fúria de uma narrativa antiopressão e antirrepressão.
O Kool Metal Fest, que ocorre neste final de semana, em São Paulo, não é um programa para pessoas sensíveis, daquelas tipo imbecis que se ficam "horrorizadas" com o conteúdo político, social e de protesto das músicas de bandas como Brujeria, Krisiun, Nervosa, Surra, Cemitério e outras mais.
O elenco do festival é emblemático e se mostra totalmente adequado aos tempos sombrios em que vivemos nas Américas, seja por conta das investidas do mandatário ianque, Donald Trump, contra os imigrantes, seja pela guinada à direita do Brasil, que camoinha a largos passos para o isolamento diplomático internacional.
A atração internacional é o Brujeria, banda norte-americana formada por astros do metal de origem hispânica (latino-americana). Combo irregular e com formação variável, tem letras em espanhol e faz um thrash/death metal furioso com letras de profundo protesto social contra os governos e o banditismo generalizado.
Entretanto, quem ganha protagonismo é o trio paulistano Nervosa. As meninas destilam um thrash/death igualmentge furioso, mas totalmente conectado com a situação política e social brasileira. Depois do Sepultura e do Krisiun, é a banda de metal extremo brasileira mais importante da atualidade.
A vitoriosa apresentação no Rock in Rio deste ano elevou o trio de patamar, O discurtso feminista/de valorização da mulher e dos direitos humanos chamou a atenção de muita gente fora do "gueto" metal e as transformou em vozes importantes contra a violência e os atentados contra os direitos humanos.
Discurso de esquerda? Isso é irrelevante diante da potência e da contundência da mensagem que banda passou no palco carioca, principalmente depois da música "Guerra Santa", a única em português que destroçou a nojenta., nociva e pérfida influência religiosa na vida cotidiana de uma sociedade.
Faltou a destruidora "Cultura do Estupro", que está no mais recente álbum da banda, de 2018, cuja letra foi escritas por João Gordo, do Ratos Porão.
No caso do Krisiun, a situação é um pouco mais genérica, mas não menos contundente. Um dos grandes nomes internacionais do metal extremo, prestes a comemorar 30 anos de trajetória, o trio gaúcho é um ativo combo que combate a intolerância, os atentados aos direitos humanos e à liberdade de expressão.
O Surra é mais explícito e direto. Transitando entre o hardcore e o punk, tem impregnado no DNA o protesto e a ideologia de protesto mais alinhada à esquerda, embora não faça disso o seu cavalo de batalha.
Ok, abundam as denúncias contra o que consideram a perfídia do capitalismo, mas a crítica social é mais ampla e direcionada, algo perfeitamente coerente com os tempos nublados e escuros em que estamos sobrevivendo.
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