Creedence Clearwater Revival toca em São Paulo na turnê de despedida
Marcelo Moreira
Creedence Clearwater Revival foi uma das raras bandas de rock, nos anos 60, a fingir parecer o que realmente não era. Surgida na Califórnia no final dos anos 60, local da efervescência psicodélica da era hippie e do folk engajado, o quarteto liderado pelos irmão John e Tom Fogerty investiu em um country rock puxado para o folk e para o "brejo", ou seja, a música caipira.
Logo foram incensados como uma banda "alternativa", que oferecia algo diferente ao que predominava nas paradas de sucesso de 1968 e 1969. A música mais crua e seca do começo foi sendo lapidada até se tornar um country rock mais sofisticado, impondo respeito e uma penca de hits.
Mais de 50 anos depois, as músicas do grupo se tornaram obrigatórias em qualquer evento ou repertórios de bandas que se aventurem no classic rock. "Proud Mary", "Fortunate Son", "I Heard It Through the Grapevine", "born on a Bayou", "Have You Ever Seen the Rain" e "Who'll Stop the Rain" estão entre os grandes sucessos.
Se o grupo virou lenda pelas músicas, também é conhecido pelas conhecidas "tretas" entre os integrantes desde a época de maior sucesso. Tom fogerty saiu em 1971 para uma carreira solo. O trio restante aguentou até outubro do ano seguinte, quando o fim da banda foi anunciado.
Eles se reuniram mais uma vez para gravar algumas músicas para o álbum solo de Tom de 1974, "Zephyr National", e a paritr de então começaram, aos poucos, as rusgas.
Tom Fogerty morreu em 1990, vítima de tuberculose. John, o principal compositor, construiu uma sólida carreira de sucesso solo e sempre recusou uma reunião, alegando desinteresse e disputas jurídicas com os outros membros – o baixista Stu Cook e o baterista Doug Clifford.
E eis então que chegamos ao Creedence Clearwater Revisited, que existe desde 1995. Como Fogerty nã autorizou o uso do nome original, Clifford e Cook deram um "jeitinho" de manter o legado vicvo de um dos grupos mais importantes da história do rock.
É uma banda cover, mas não é. Com dois integrantes da formação clássica, pode-se dizer que o grupo hoje consegue passar credibilidade ao manter arranjos originais e reinterpretar clássicos com bastante fidelidade. Tudo bem, em alguns momentos soam mais pesados, mas a essência está ali.
Um dos países que mais abraçaram essa encarnação da banda, o Brasil recebe o Creedence Clearwater Revisited mais uma vez. O show de São Paulo é nessa sexta-feira, 25 de outubrobro, no Tom Brasil.
Desta vez, a promessa é de que a turnê mundial atual será a de despedida. "Foi bom estar em duas encarnações da banda, mas 50 anos tocando é um pouco demais para nós", disse brincando o baixista Stu Cook recentemente em uma entrevista a uma rádio de Los Angeles.
É um espetáculo decente e bem longe de ser algo decadente. É nostálgico, é saudosista, mas entrega o que promete. Da mesma forma que já vimos em nossas terras bandas importantes que chegam desfiguradas, neste caso a qualidade e o perfeccionismo transformam o show em algo agradável e recomendável.
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