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Novo clipe do Viper celebra três décadas de metal de ponta no país

Combate Rock

24/10/2019 18h59

Marcelo Moreira

Era para ser uma grande celebração de um marco do rock nacional e o renascimento (mais um) de uma banda fundamental. Quis o destino que a celebração se transformasse em uma homenagem gigante.

O Viper queria que a comemoração dos 30 anos do lançamento do álbum "Theatre of Fate", o segundo da banda, continuasse de forma memorável após o mágico dia 8 de abril, o "Viper Day" no Brasil, mas outro dia 8, o de junho, mudou drásticamente a história a ponto de redefinir muitas coisas.

A morte do cantor Andre Matos, o primeiro vocalista, reforçou o sentimento de que era necessário ressurgir mais uma vez, e o primeiro resultado disso é "To Live Again (Redux)", uma regravação de um antigo sucesso do icônico álbum de 1989 – e que ganhou um videoclipe bem legal. A expressão em latim redux significa "trazido de volta" ou "de volta à origem".

"A tragédia da morte de Andre Matos reforçou aquilo que eu já vinha pensando há algum tempo. Faz 12 anos que o Viper não lança material novo e seis anos de nossa turnê comemorativa que juntou o Andre conosco após mais de 20 anos. Devíamos a ele e a nós mesmos essa oportunidade de celebrar 'Theatre of Fate' de novo", diz o guitarrista Felipe Machado, empolgado com o projeto.

"To Live Again (Redux)" é o primeiro fruto do retorno do Viper – algo estranho, porque o Viper na verdade nunca acabou, apesar dos longos hiatos na carreira.

Viper & Guests é o projeto atual que reúne dois membros fundadores – Machado e o baixista e vocalista Pit Passarell – e membros antigos, como o baterista Guilherme Martin, além do mais recente vocalista, o versátil Leandro Caçoilo, nome conhecido por seu trabalho com diversas outras bandas.

Os convidados desta vez serão os integrantes da banda Shaman – o baixista Luís Mariutti, o guitarrista Hugo Mariutti e o baterista Ricardo Confessori.

Os três finalmente haviam acertado o retorno oficial da formação original da banda e tinham turnê extensa agendada para os próximos meses, mas a morte de Matos alterou tudo. A banda continua, desta vez com Alírio Netto nos vocais – ele é o atual cantor do projeto Queen Extravaganza, o único tributo ao Queen autorizado pelos integrantes Brian May e Roger Taylor.

"Não dá para saber o que vai dar dessa reunião, mas o entusiasmo é enorme. Será uma celebração, mas também será um momento solene do metal nacional. Duas baterias no palco e alguns dos melhores músicos que temos… Certamente eu não imaginava algo poderoso.

O videoclipe traz as duas bandas juntas reinterpretando o clássico escrito 30 anos atrás por Pit Passarell, um compositor talentoso que empresta sua criatividade para, entre outros, o Capital Inicial, onde toca o seu irmão mais novo, Yves, ex-integrante do Viper.

Recomeço

Machado é a força motriz desse ressurgimento, que foi despertado, ironicamente, em um show do Angra, outra ex-banda do amigo de infância Andre Matos.

Convidado a fazer uma participação especial, o guitarrista olhou meio desligadamente pra o crachá que dava acesso ao local da apresentação e viu seu nome e o do Angra, logo abaixo.

A fagulha acendeu o fogo imediatamente, após o show, quando cruzou com o empresário Paulo Baron, que cuida das carreiras do Angra e do Shaman. "Foi uma conversa despretensiosa, mas indicativa de que dava para fazer algo. Baron é uma usina de energia e de ideias e logo surgiu a ideia dos shows do Viper com o Shaman."

Quase em seguida vieram as possibilidades de regravação de um clássico para um single e, muito rápido, a de gravar um clipe, além dos shows agendados.

Arestas aparadas e agendas sintonizadas, não demorou para que a retomada da carreira fosse coroada com a composição de novas músicas. Uma delas está praticamente finalizada, de autoria de Pit Passarell.

Quando ouviremos a nova música? Machado suspira e tenta conter a empolgação. "Eu coloquei uma meta para mim: quero lançar o novo trabalho do Viper, CD ou EP, físico ou digital, até 8 de abril de 2020, que é 'Viper Day'. Tento ser cauteloso para evitar frustrações, mas sinto que o momento é muito favorável. Queremos ao menos aprontar esse single com a música inédita o mais rápido possível."

Experiência renovadora

A nova versão "To Live Again (Redux)" foi produzida por Guilherme Canaes, que já trabalhou com bandas como Angra, Shaman e Symphony X, entre outros. As sessões aconteceram no estúdio Orra Meu, em São Paulo, e a masterização ficou a cargo do renomado Tony Lindgren, engenheiro de som do Fascination Street Recording Studios, na Suécia. A produção executiva é da Top Link Music e a arte do single foi criada pelo estúdio J.Duarte Design.

"Gravar uma nova versão de 'To Live Again' foi uma experiência incrível. Não apenas pela contribuição de outros músicos, mas também porque pudemos prestar atenção na música do ponto de vista da composição. E o que me chamou a atenção é que 'To Live Again', assim como as outras músicas do álbum 'Theatre of Fate', são extremamente atuais. Parece que o Pit escreveu a música ontem, quando na verdade já faz 30 anos", afirma Machado.

'To Live Again (Redux)' passou por uma nova roupagem não apenas em arranjo e sonoridade, mas também ganhou um trecho instrumental totalmente inédito que é considerado pelo guitarrista algo que vai agradar os fãs nas apresentações ao vivo.

O clipe foi dirigido e editado por Leo Liberti, da produtora internacional Libertà FiIms. Conhecido do público brasileiro pela direção de clipes cmo "Lying in State", do Megadeth, e "Black Widow's Web", do Angra, Leo Liberti já ganhou diversos prêmios no Brasil e no exterior. Além de dois Grammys latinos e onze indicações em festivais internacionais, o jovem diretor brasileiro já ganhou seis leões de ouro no Festival de Criatividade de Cannes, na França, e quatro CLIO Awards, nos Estados Unidos.

O guitarrista Felipe Machado (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

 

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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