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O metal redime um Rock in Rio que custava a engatar

Combate Rock

04/10/2019 21h23

Marcelo Moreira

Ficou difícil para os outros dias do Rock in Rio concorrer em  qualidade e intensidade com o dia do metal. A porrada foi grande e em todos os shows, com as bandsa brasileiras abrindo o dia mostrando que todos fariam a Cidade do Rock tremer. Parece que todos os músicos envolvidos entenderam o recado e subiram ao palco para arregaçar. Foi memorável em uma edição d festival que teve menos rock do que deveria. Mais do que memorável, foi a redenção.

Joey Belladona, vocalista do Anthrax (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Em um ambiente de extrema concorrência, ainda que com amigos no mesmo evento, muita gente diz que o ais importante é relaxar e curtir. Emparedado por Slayer, Heloween e Iron Maiden, restou ao Anthrax se divertir no palco. A alegria e o prazer de tocar música pesada é contagiante na banda norte-americana, que aproveitou o pouco tempo no palco Sunset e apostou em seu carisma absurdo,mas sempe ancorado em hinos do thrash metal. Uma banda que tem uma música como "Caught in a Mosh" para abrir uma apresentação já começa com tudo e com o jogo ganho. O vocalista Joey Belladona e o guitrrista Scott Ian a todo momento diziam que estavam emocionados de tocar pela primeira vez no Rock in Rio, "coroando 35 anos de puro som pesado e respeito aos fãs", como Ian fez questão de ressaltar. Sem inventar ou enrolar, a banda de Nova York desfilou uma série de pancadas sonoras que não deixaram ninguém parado. A ista de músicas preparada pelo Anthrax é uma homenagem ao próprio rock, exaltando o que de melhor o rock pesado pode produzir com peso e melodia. E tome pancada atrás de pancada, como "I Am the Law", "Madhouse", "Indians", "Antisocial", "A.I.R"…

Andi Deris, vocalista do Helloween (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Na sequência, no palco Mundo, outra grande homenagem ao rock pesado mundial veio com o Helloween. os alemães fizewrasm questão demonstrar o seu apreço pela América Latina nos dois shows no Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro. Afinal, foi por aqui que surgiu a ideia de de integrar, ao menso temporariamente, os ex-integrantes Michael Kiske (vocal) e Kai Hansen (guitarra e vocal, fundador do grupo). As primeiras apresentações do agora septeto foram no México e no Brasil, dois anos atrás, e rendeu uma lucrativa turnê mundial e um CD duplo/DVD duplo chamado "United Pumkin in Madrid", recém-lançado. Foi ma ideia mais do que acertada, que revitalizou a carreira de um gigante europeu estagnado e que vivia do passado. Kiske e Hansen recuperaram a confiança do grupo, que tem hits de sobra e voltou a ocupar manchetes em todo o mundo. É delicioso ouir de novo os primórdios do metal melódico em "How Many Tears", com três vocalistas diuelando. É evidente que Kiske dá um banho em Deris e em Hansen, este um cantor esforçado e um bom guitarrista. O grand finale com "Future World" e  "I Want Out" é uma das coisas mais belas e impactantes que o heavy metal europeu produziu, compensando momentos nem tão interesssantes, como a básica "Power", com seu refrão pop, e a balada dispensável "A Tale That Wasn't Right". Os alemães do Heloween deram uma aula de reinvenção dentro do rock.

Gary Holt, guitarrista do Slayer (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Quando Sua Majestade Satânica subiu ao palco Sunset, não havia muita alternativa: os brasileiros detonaram, e Anthrax e Helloween apostaram alto em hits e em apresentações quase perfeitas. Então o Slayer teria de transformar a apresentação no Rock in Rio, dentro da "Final World Tour", algo inesquecível – como fizera dois dias antes em São Paulo. É a despedida dos palcos, após 35 anos de devastação sonora e blasfêmias generalizadas. Não dava para esperar nada menos do que destruição e apocalipse. A instablidade do som no comecinho durou pouco e logo o quarteto disparou artilharia pesadíssima para marcar história dentro do mais importante festival brasileiro. A  missa satânica teve tudo o que se esperava que tivesse: muito peso, blasfêmia em todas as músicas, muita atitude e precisão absurda. Com um setlist obviamnte mais enxuto, a banda manteve a estrutura da apresentação de São paulo, começando com a ótima "Repentless" e ficando gratativamente mais insano com petardos como "Postmortem", "War Ensemble", "Hate Worldwide" e "Season in the Abyss" na sequência, evitando dar fôlego e um público ávido por destruição. "South of Heaven" manteve o clima de missa satânica, preparando a reta final da devastação com "Raining Blood" e "Angel of Death". A última imagem será a que ficará: uma instituição da música internacional, gigantesca e poderosa, que jamais deixou confortável o establishment. Um resumo perfeito dfer uma carreira destruidora em pouco mais de uma hora e 13 músicas. Não erra quem considerar o Rock in Rio o auge da parte final da carreira do quarteto norte-americano.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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