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O reino de sangue do Slayer está chegando ao fim. Aproveite!

Combate Rock

30/09/2019 06h13

Marcelo Moreira

Slayer (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Houve um tempo em que o mundo era um lugar difícil de viver. A ameaça de guerra nuclear entre as superpotências era grande, o conservadorismo nos Estados Unidos estava em alta com o presidente Ronald Reagan (o Donald Trump um pouco mais refinado de 40 anos atrás), a juventude californiana estava na mira da polícia e as ditaduras militares estavam no fim na América Latina, mas ainda causavam pânico.

O punk estava morto, mas o heavy metal se consolidava como a fonte da resistência cultural ao conservadorismo e a forma mais contundente de expressão jovem. E as bandas inciaram uma corrida para ver quem era a mais rápida, a mais podre, a mais repugnante e a mais incômoda, a maioria delas mirando os profanos e insanos ingleses do Venom.

O que ninguém esparava era que um quarteto de moleques californianos sujos e malvados estabeleceria as bases de tudo o que viria ser ultrajante, profano, insultuoso e radical.

E então o Slayer virou paradigma de música extrema já em 1984, em uma competição extraordinária com o Metallica. Estes se tornaram gigantes e o maior nome do thrash metal; no Slayer foi além e virou sinônimo de música extrema. Quer incomodar o vizinho e a família? Arregace com "Reign in Blood" no churrasco…

A devastação sonora do thrash metal está chegando ao fim após uase quatro décadas de blasfêmia e pancadaria. Para muitos, pútrido e ultrajante.

E os paulistas terão a chance de ver o quarteto pela última vez, em sua turnê de despedida, nesta quarta-feira, 2 de outubro, no Espaço das Américas.

A locomotiva ainda é capitaneada pelo guitarrista Kerry King, o monstruoso instrumentista que definiu o conceito ao lado do parceiro de isntrumento Jeff Hanneman, morto em janeiro de 2013. Se o baixista e vocalista Tom Araya é a voz e a imagem de frente, King é a essência, o cérebro, o coração e pulmão.

Há quem diga que a banda perdeu a magia paulatinamente com as constantes trocas de bateristas – Paul Bostaph é uma usina de força, mas Dave Lombardo tinha o DNA do grupo.

Sem Hanneman, coube ao mestre Gary Holt, a cabeça do Exodus, fazer parte da massa sonora aterrorizante e tenebrosa do Slayer. Não poderia haver nome melhor, já que seria impossível substituir um gênio da guitarra thrash. Então, nada melhor do que recorrer a um amigo da mesma estatura e importância dentro do heavy metal.

Capa de 'Repentless', do Slayer, de autoria de Marcelo Vasco

A morte do amigo e as constantes pistas dadas em entrevistas de Araya e King fomentavam a torrente de boatos. O fim do grupo era iminente após 30 anos de podreira e porrada. Mas como assim?

Para dissipar os boatos, nada melhor do que turnê em cima de turnê, entremeadas por um bom álbum, "Repentless". Quase todo mundo gostou, mas ficou um gosto de que o disco poderia ser melhor.

Ao vivo, a banda soava boa, coesa e entrosada, mas parecia faltar aquela pegada, aquela energia de sempre. Eles nunca tiraram o pé, mas algo dizia que eles estavam chegando a um beco sem saída – não exatamente isso, mas parecia que não hava mais mundos insanos a explorar.ão esticar a corda para

O anúncio da "Final World Tour" não foi surpresa. King e Araya nunca se importaram com comemorações ou datas e decidiram não esticar a corda até as datas redondas ds 40 anos. Os serviços foram muito bem prestados e os músicos parecem decididos a completar os 60 anos de idade fazendo outra coisa.

Para quem gosta de som pesado, é necessário ver o último show do Slayer ao vivo, no Espaço das Américas, e também no Rock in Rio (nem que seja pela TV). É uma banda que não faz concessões, o que quer dizer que a chance de vermos o Slayer voltando daqui a cinco ou dez anos é quase nula.

Se o Venom estabeleceu as bases da profanação ao criar o black metal, foi o Slayer que definiu com precisão o que é música extrema/metal extremo foi o Slayer com sua cruzada contra as religiões e o charlatanismo católico-evangélico-fascista. Slayer é uma daquelas bandas cada vez mais necessárias em nossas vidas. Vamos aproveitar até o fim!

Serviço

Data: 2 de outubro
Local: Espaço das Américas (rua Tagipuru, 795, Barra Funda)

Classificação Etária: 16 anos desacompanhados. Menores de 16 anos poderão comparecer ao evento desde que acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. Informação sujeita à alteração, conforme decisão judicial.

Valores: pista (R$ 320, R$ 160 meia ou cliente Ourocard) e mezanino (R$ 420, R$ 210 meia ou cliente Ourocard). Taxa de conveniência de 20% em compras realizadas por site, apps e pontos de vendas.

* os ingressos disponíveis para a pré-venda são limitados. Essa quantidade vai garantir aos fãs acesso a todos os tipos de ingresso na venda ao público geral.

Parcelamento:

Clientes Banco do Brasil com Ourocard Elo e Visa: Parcelamento em até 6 vezes sem juros.
Clientes Banco do Brasil com Ourocard Amex e Mastercard: Parcelamento em até 4 vezes sem juros.
Público Geral – Todas as bandeiras: Parcelamento em até 2 vezes sem juros.

Limitação:
Clientes Banco do Brasil com Ourocard: 4 ingressos por CPF, sendo 2 de meia Ourocard.
Público Geral: 4 ingressos por CPF, sendo 2 de meia-entrada.

BILHETERIA OFICIAL (SEM COBRANÇA DE TAXA DE CONVENIÊNCIA):
ESPAÇO DAS AMÉRICAS, RUA TAGIPURU, 795 – BARRA FUNDA
Horário de funcionamento: 
Segunda a Sábado – das 10h00 às 13h00 e das 14:00 às 18h00 |
Fechado das 13h00 às 14h00 | Fechado aos domingos.

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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