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Maravilhado, Wynton Marsalis reconhece publicamente a importância do Sesc

Combate Rock

01/07/2019 12h00

Marcelo Moreira

Público lotou o Sesc Parque Dom Pedro II para ver Wynton Marsalis e a Lincoln Center Orchestra (FOTO: VANIA TOFFLOI/SESC)

Domingo de sol recheado de música maravilhosa em pleno centro de São Paulo. O Sesc Dom Pedro II, o principal símbolo da tentativa de revitalização da região central da capital paulista, recebeu Wynton Marsalis e a Lincoln Center Orchestra, uma das principais orquestras de jazz do mundo, em concerto gratuito.

Lotado, o espaço nem tão grande fervilhou ao som de música da mais alta qualidade, onde os norte-americanos convidaram artistas brasileiros para tocar, como Hamilton de Holanda (bandolim), Ari Colares (percussão), Arismar do Espírito Santo (baixo) e Mestrinho (sanfona).

Foi gratificante e magnífico ouvir peças de Duke Ellington, Miles Davis, Tom Jobim e Moacir Santos, entre outros gênios. É inimaginável medir a importância da turnê de 12 dias da orquestra e de Marsalis por várias unidades do Sesc da Grande São Paulo.

No entanto, o maior gol marcado pelo extraordinário trumpetista foi um rápido comentário/agradecimento em um intervalo entre as músicas. E Marsalis surpreeendeu.

"Estou empolgado e maravilhado por ter realizado essa turnê. Agradeço profundamente ao Sesc [que pronunciou 'sisc'] por proporcionar esse contato da nossa orquestra com um ambiente extraordinário de música e conhecimento. Foi contagiante e gratificante. Temos de louvar a existência de instituições como o Sesc, algo que eu nunca vi em nenhum outro lugar do mundo. A riqueza cultural proporcionada é imensa", disse o músico, sendo aplaudido de forma esfuziante.

Será que foi necessário um dos músicos mais importantes do mundo ter de dizer publicamente a importância do Sesc para a sociedade brasileira?

Como será que ele reagiria se soubesse (se é que já não soube) que o governo federal pretende cortar 30% das verbas do Sistema S, ao qual o Sesc pretende, por motivos ideológicos, como forma de asfixiar a entidade?

A repercussão das duas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçando a intenção de cortar as verbas que o governo envia foi ruim, mas não o suficiente para que o governo fosse dissuadido de tal intenção.

O assunto aparentemente foi deixado de lado, mas há quem diga que não foi esquecido. Para Guedes, a forma de como o dinheiro do Sistema S é usado é uma das "caixas pretas" que o governo Bolsonaro pretende abrir e "esclarecer".

Todos os elogios ao Sesc em todo o país são justos e necessários diante da excelência dos serviços prestados nas áreas de educação, cultura e artes, a ponto de maravilhar Wynton Marsalis, um dos músicos mais importantes da nossa geração.

Só podemos agradecer a Marsalis pela manifestação pública de reconhecimento da importância do Sesc na difusão do melhor da cultura e das artes no Brasil.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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