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Dr. John foi gênio e um mestre da música de superação

Combate Rock

06/06/2019 23h47

Marcelo Moreira

Dr. John (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Incansável e extravagante, Dr. John foi uma das muitas traduções da sinergia da música de raiz dos Estados Unidos. Em seu piano incandescente, conseguia traduzir e exprimir as muitas caras da cultura de seu país. E tudo isso temperado pela marca da superação.

O músico morreu aos 77 anos nesta quinta-feira em consequência de um ataque cardíaco e Nova Orleans fica sem um dos seus maiores símbolos.

Ele fazia música para o carnaval local, mas também criava uma sonoridade única capaz unir tudo em uma mesma paleta de cores.

O piano regia a mistura de sons e de cores, e Dr. John mostrava ao mundo uma intensidade esfuziante mesmo quando caía no blues melancólico. Sons e melodias que saíam da alma.

Atropelando diversas adversidades ao longo da vida, Dr. John teve altos e baixos, mas conseguia se reinventar como ninguém, fato que o fez reverenciado por músicos do mundo tudo. Era ídolo de roqueiro, blueseiros e respeitadísismo como instrumentista que também fazia (por que não?) world music.

Fora dos palcos desde 2017, quando foi acometido por diversos problemas de saúde, recebeu diversas homenagens desde e então e mita gente esperava que ele ao menos reunisse forças para gravar um último álbum com a ajuda dos muitos amigos que fez no show business. Não deu tempo.

Nem mesmo o furacão Katrina, que devastou a sua cidade na década passada, foi capaz de diminuir a sua tenacidade e luta para ajudar a reconstruir New Orleans e mostrar o quanto a cultura significa para um povo.

Dr. John foi peça importante para o ressurgimento de uma das capitais mundiais da música, demonstrando o quanto a pecha de "músico da superação" nunca foi tão perfeita na definição de um instrumentista. O carnaval de Nova Orleans, na Louisiana, ficará muito mais triste.

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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