Doctor Pheabes mostra maturidade e evolui em novo CD
Marcelo Moreira
Pompa, circunstância e boa música. A banda paulistana Doctor Pheabes superou as desconfianças (na verdade, as ignorou, o que fez muito bem) e acreditou em algo que hoje é raro: ainda é possível investir em música pensando alto e em ir além. Avançam em um terreno onde muitas bandas patinam e empacam, apesar do bom trabalho que realizam.
Investimento, neste caso, é fundamental e facilita muito as coisas. Sorte de quem tem as possibilidades e as oportunidades.
No lançamento do CD "Army of the Sun", o terceiro da banda, na casa noturna Audio, na zona oeste de São Paulo, o quarteto não economizou na pompa e deu um recado instigante para muitos músicos do Brasil: o sonho continua sendo possível, e sempre continuará.
O caminho parecia fácil, com bons contatos para abrir shows de Rolling Stones e Guns N'Roses e tocar no Rock in Rio, mas o tino comercial que os músicos têm – são empresários bem-sucedidos na área da saúde – deu o alerta: era preciso mais.
E então deram um grande salto, necessário para amparar as ambições do grupo: produtor internacional, muito ensaio, muito esforço e músicas melhores. E as desconfianças foram sendo solapadas aos poucos.
"Army of the Sun" é um bom álbum de hard rock, embora o grupo comece a encontrar sua sonoridade somente agora, no terceiro CD.
O vocalista Eduardo Parrillo conseguiu encontrar o seu timbre e a sua zona de conforto e mostrou uma evolução notável na comparação com os trabalhos anteriores. E esse conforto parece ficar evidente também em relação à forma de como canta em sua outra banda, o Armored Dawn, que faz um power metal na lnha escandinava.
O Doctror Pheabes largou depois na corrida por destaque no rock nacional em uma área em que as dificuldades são maiores – que o digam bandas como Sioux 66 e Mattilha, por exemplo. O novo CD mostra, no entanto, que a diferença está diminuindo rapidamente.
O som é reto, direto e sem muitas firulas. A faixa-título é um bom rock de arena, eficiente e pesado, assim como "Find a Way" e "Better Off Alone". Há boas baladas e músicas com um acento pop mais evidente, mostrando que o quarteto diversificou as composições.
Muito do bom resultado de "Army of the Sun" deve-se ao bom trabalho do produtor note-americano Kato Khandwala, que morreu no ano passado. Ele conseguiu encontrar o timbe exato de guitarras e teclados que as músicas pediam e formatou o som que mudou os rumos do Doctor Pheabes.
Ao vivo, as novas músicas funcionam bem. No show de lançamento do CD, na Audio, a banda mostrou muito entrosamento em uma apresentação rápida e relativamente despojada, que teve a presença de amigos no palco cantando alguns covers – os irmão Andria e Ivan Busic, do Dr. Sin, Luana Camarah, da banda Malta, e Supla. E tome AC/DC e Gun N'Roses…
O sentimento geral era de que o CD e as novas músicas agradaram na pista lotada de amigos e fãs em uma noite fria, mas especial, já que eram muitos os músicos presentes.
Muita gente mudou a opinião inicial de que a banda era apenas um hobbydos empresários bem-sucedidos, a julgar por uma performance não muito eficiente no Rock in Rio, na opinião de algumas pessoas.
Evidente exagero, já que a banda não comprometeu, embora não tenha brilhado. O Doctor Pheabes tem estofo para chegar mais longe e o novo trabalho demontra qualidades suficientes para cravar seu nome entre as melhores bandas nacionais de rock, mesmo cantando em inglês.
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