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Resenhas rápidas: Accept, Avantasia, Metal Church, Billy Gibbons...

Combate Rock

23/03/2019 06h53

Marcelo Moreira

– Accept – A virada na carreira dos alemães do Accept é uma das mais impressionantes na história do heavy metal. Depois de várias tentativas de retorno do cantor Udo Dirkschneider, a história do grupo parecia terminada em 2005. Cinco anos depois, membros remanescentes resolveram fazer nova tentativa, desta vez com o cantor americano Mark Tornillo, homem de voz potente e marcante, que lembrava levemente o antigo vocalista. Deu muito certo e, quatro álbuns de estúdio depois, a banda coroa a excelente fase com um lançamento de peso. "Symphonic Terror – Live at Wacken 2017" não é simplesmente um lançamento ao vivo com orquestra, como tantos outros nos últimos temos. A ideia era mostrar que a orquestra não era mero apêndice, mas parte integrante do som da banda, com arranjos específicos para tornar a audição mais impactante no importante festival alemão. O resultado foi magnífico, reunindo músicas de todas as fases do grupo e trechos criados especialmente para a Orquestra Sinfônica de Praga. Um golaço da banda alemã.

– Avantasia – O projeto Avantasia cresceu e acabou se tornando a ocupação principal do cantor e ocasionalmente baixista alemão Tobias  Sammet – o que causou um certo estresse com os integrantes de sua banda de rock, o Edguy. Inquieto e prolífico, Sammet foi em frente e transformou o Avantasia em uma fábrica de dinheiro em um momento em que a indústria fonográfica virou pó. Mais do que as histórias das óperas-rock do empreendimento, o que chama a atenção é a quantidade de convidados especiais a cada novo álbum "Moonglow", o mais recente, é meio que o início de uma comemoração dos 20 anos de criação do projeto. Mais enxuto do que os trabalhos anteriores, traz dessa vez gente do calibre de Geoff Tate (ex-Queensryche), Hansi Kursch (Blind Guardian), Mille Petrozza (Kreator) e Candic e Night (Blackmore's Night, mulher de Ritchie Blackmore). Por ser mais enxuto, "Moonglow" é mais direto e menos pomposo, embora os arranjos orquestrais sejam de muito bom gosto. Curiosamente, um dos destaques é a versão de "Maniac", uma canção pop dos anos 80, da trilha sonora do filme "Flashdance". Se era para ser uma brincadeira, acabou dando muito certo na voz de Eric Martin, o vocalista do Mr. Big.

– Metal Church – Nome injustiçado do thrash metal californiano, contemporâneo de Metallica e Megadeth, forma, ao lado do Overkill, do Exodus e do Testament o "Big Four" alternativo do subgênero. "Damned If You Do" é o mais recente trabalho do quinteto norte-americano, que manteve o cantor Mike Howe pelo segundo álbum consecutivo – a rotatividade de integrantes sempre foi um grande problema para a banda. Com excelente produção, o álbum traz uma série de pancadas, com muito peso e a guitarra de Kurdt Vanderhoof soando melhor do que nunca. A faixa-título é a melhor do disco, mas a "Revolution Underway" é outro destaque.

– Billy Gibbons – O mestre da guitarra do ZZ Top engrenou de vez na carreira solo enquanto a banda texana estica cada vez mais seus hiatos entre discos e turnês. "The Big Bad Blues" é o segundo em três anos e é, de certa forma, um recuo diante dos experimentos realizados no anterior. Agora é blues puro, com um sotaque moderno, mas sem misturas com raps ou outras formas de música (em especial as latinas). Há uma certa reverência ao passado, mas é impossível fugir dos timbres característicos do ZZ Top. É o caso de dois clássicos de Muddy Waters, "Rollin' and Tumblin"'e "Standin' Around Crying", onde a guitarra suja comanda as ações. "Crackin' Uop", de Bo Diddley, é outro acerto do disco, com o desempenho de Gibbons acrescentando muito mais suingue a uma música que ja que ganhou milhares de versões. "Second Line" e "Mo' Shower Blues" são outros destaques que poderiam muito bem estar em qualquer álbum mais recente do ZZ Top.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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