Resenhas rápidas: Accept, Avantasia, Metal Church, Billy Gibbons...
Marcelo Moreira
– Accept – A virada na carreira dos alemães do Accept é uma das mais impressionantes na história do heavy metal. Depois de várias tentativas de retorno do cantor Udo Dirkschneider, a história do grupo parecia terminada em 2005. Cinco anos depois, membros remanescentes resolveram fazer nova tentativa, desta vez com o cantor americano Mark Tornillo, homem de voz potente e marcante, que lembrava levemente o antigo vocalista. Deu muito certo e, quatro álbuns de estúdio depois, a banda coroa a excelente fase com um lançamento de peso. "Symphonic Terror – Live at Wacken 2017" não é simplesmente um lançamento ao vivo com orquestra, como tantos outros nos últimos temos. A ideia era mostrar que a orquestra não era mero apêndice, mas parte integrante do som da banda, com arranjos específicos para tornar a audição mais impactante no importante festival alemão. O resultado foi magnífico, reunindo músicas de todas as fases do grupo e trechos criados especialmente para a Orquestra Sinfônica de Praga. Um golaço da banda alemã.
– Avantasia – O projeto Avantasia cresceu e acabou se tornando a ocupação principal do cantor e ocasionalmente baixista alemão Tobias Sammet – o que causou um certo estresse com os integrantes de sua banda de rock, o Edguy. Inquieto e prolífico, Sammet foi em frente e transformou o Avantasia em uma fábrica de dinheiro em um momento em que a indústria fonográfica virou pó. Mais do que as histórias das óperas-rock do empreendimento, o que chama a atenção é a quantidade de convidados especiais a cada novo álbum "Moonglow", o mais recente, é meio que o início de uma comemoração dos 20 anos de criação do projeto. Mais enxuto do que os trabalhos anteriores, traz dessa vez gente do calibre de Geoff Tate (ex-Queensryche), Hansi Kursch (Blind Guardian), Mille Petrozza (Kreator) e Candic e Night (Blackmore's Night, mulher de Ritchie Blackmore). Por ser mais enxuto, "Moonglow" é mais direto e menos pomposo, embora os arranjos orquestrais sejam de muito bom gosto. Curiosamente, um dos destaques é a versão de "Maniac", uma canção pop dos anos 80, da trilha sonora do filme "Flashdance". Se era para ser uma brincadeira, acabou dando muito certo na voz de Eric Martin, o vocalista do Mr. Big.
– Metal Church – Nome injustiçado do thrash metal californiano, contemporâneo de Metallica e Megadeth, forma, ao lado do Overkill, do Exodus e do Testament o "Big Four" alternativo do subgênero. "Damned If You Do" é o mais recente trabalho do quinteto norte-americano, que manteve o cantor Mike Howe pelo segundo álbum consecutivo – a rotatividade de integrantes sempre foi um grande problema para a banda. Com excelente produção, o álbum traz uma série de pancadas, com muito peso e a guitarra de Kurdt Vanderhoof soando melhor do que nunca. A faixa-título é a melhor do disco, mas a "Revolution Underway" é outro destaque.
– Billy Gibbons – O mestre da guitarra do ZZ Top engrenou de vez na carreira solo enquanto a banda texana estica cada vez mais seus hiatos entre discos e turnês. "The Big Bad Blues" é o segundo em três anos e é, de certa forma, um recuo diante dos experimentos realizados no anterior. Agora é blues puro, com um sotaque moderno, mas sem misturas com raps ou outras formas de música (em especial as latinas). Há uma certa reverência ao passado, mas é impossível fugir dos timbres característicos do ZZ Top. É o caso de dois clássicos de Muddy Waters, "Rollin' and Tumblin"'e "Standin' Around Crying", onde a guitarra suja comanda as ações. "Crackin' Uop", de Bo Diddley, é outro acerto do disco, com o desempenho de Gibbons acrescentando muito mais suingue a uma música que ja que ganhou milhares de versões. "Second Line" e "Mo' Shower Blues" são outros destaques que poderiam muito bem estar em qualquer álbum mais recente do ZZ Top.
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