Dave Grohl faz 50 anos como o músico mais influente de sua geração
Marcelo Moreira
Quem disse que o Nirvana não serviu para coisa alguma? Serviu sim, para pelo menos ser o trampolim perfeito para o baterista Dave Grohl se lançar na cena musical mundial como artista solo.
Ao completar 50 de idades nesta semana, ele ostenta o título de músico mais importante e influente de sua geração. Isso só foi possível porque se livrou do Nirvana, uma banda superestimada que durou pouco por conta dos incontáveis problemas pessoais do líder, o guitarrista e vocalista Kurt Cobain, que se matou em 1994.
Grohl sempre foi a única coisa que valia a pena no grupo. Tocava – e toca – bateria com vontade, era o único que empolgava dentro do trio.
Enquanto Krist Novoselic matava qualquer um de tédio, Cobain maltratava a guitarra com sua falta de técnica – e maltratava o público com seu astral depressivo. Já Grohl fazia valer a pena ter pago ingresso para o show. Era o mais talentoso da banda.
As músicas falam por si. Ouça "The Pretender", "No Way Back", "Wheels", "Long Road to Ruin", "Generator", "Breakout", "Monkey Wrench", "Big Me" e "White Limo", só para citar algumas, todas do Foo Fighters, projeto que virou banda em 1995, são boas canções pop.
Todas passa longe da fórmula estrofe calma, refrão gritado, estrofe calma. O Foo Fighters faz um rock honesto, com energia, com boas melodias e sem se repetir o tempo todo. E fica distante daquele clima de desgosto com a vida que Cobain impunha ao Nirvana.
Não que Grohl não curtisse o que fazia, mas tenho certeza que agora ele está muito mais satisfeito. Ele assumiu a linha de frente da banda, canta muito mais que Cobain (desculpe, mas a comparação é inevitável) e faz uma música que chama a atenção.
O Foo Fighters merece respeito. Ou será que Jimmy Page e John Paul Jones, do Led Zeppelin, e Lemmy Kilminster, do Motorhead, e Tom Petty, e Paul McCartney piraram? Eles já estiveram em algum momento envolvidos com Grohl.
Não bastasse as qualidades de Grohl como músico, ele e o Foo Fighters têm um senso de humor que tem de ser ressaltado. Basta ver os vídeos da banda. Completamente diferentes daquela coisa sombria do Nirvana. E não digam que o mérito disso é do produtor do clipe, porque se os vídeos seguem essa linha é porque Grohl quer assim. O cara tem talento.
Em meio a tantas bandas que sobem no palco com ar de quem está lá contra a vontade e fazem vídeos que estão mais para velórios, o Foo Fighters carrega o verdadeiro espírito do rock and roll.
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