Melhores álbuns de 2018 - Nacional (parte 1)
Equipe Combate Rock
Agora que fechamos o ano de 2018, fazemos nossa seleção de melhores lançamentos do ano. Esta primeira parte são os álbuns nacionais selecionados por Maurício Gaia. Nos próximos dias, teremos a lista de álbuns internacionais dele e tanto os nacionais como internacionais de Marcelo Moreira.
Maurício Gaia
Dois mil e dezoito foi um ano de muitos sustos, surpresas e decepções, mas com ótimos lançamentos musicais. Selecionei aqui alguns dos melhores álbuns dos ano. A idéia inicial era trazer apenas cinco, mas fui percebendo que as menções são várias (e importantes para compreender como foi o ano no mundo da música).
Canudos – Dorsal Atlântica
A veterana banda de heavy metal chegou em 2018 mandando ver na porrada. Um álbum contundente, muito adequado à situação política que o país vive, "Canudos" nos faz reviver a trágica epopéia de Antonio Conselheiro e seus seguidores, não deixando de traçar paralelos com o Brasil de hoje.
Vulcão – The Baggios
Já afirmei aqui neste Combate que a melhor maneira para definir o som do (agora) trio sergipano é como se o blues tivesse nascido no Rio São Francisco e Luiz Gonzaga fosse o John Lee Hooker do agreste. Neste álbum, a mistura fica mais poderosa, com incorporação de ritmos do norte da África e da Bahia. A incorporação definitiva do tecladista Rafael Ramos trouxe mais peso à formação e permite que a guitarra de Julio Andrade brilhe mais.
Tônus – Carne Doce
Uma das melhores bandas brasileiras do cenário atual, a goiana Carne Doce chega a seu terceiro álbum. Em "Tônus", encontramos uma banda criativa, trazendo climas mais introspectivos e sombrios que seus trabalhos anteriores, mas que apresenta uma evidente evolução artística.
Outono no Sudeste – Maurício Pereira
Sem lançamentos em disco desde 2014, com o álbum "Pra Onde que eu Tava Indo", Maurício Pereira nos traz em 2018 o excelente "Outono no Sudeste". Um arguto observador do cotidiano, Maurício é mestre em fazer com que fatos, muitas vezes banais, gerem canções gigantes.
Para Dias Ruins – Mahmundi
O álbum de estréia de Mahmundi foi lançado pelo selo StereoMono, dirigido por Carlos Eduardo Miranda. Não muito tempo após seu lançamento, o selo, que fazia parte do projeto Skol Music foi descontinuado, assim como os demais. Com isso, Mahmundi acabou assinando com a Universal Music e agora chega ao seu segundo álbum, o primeiro por uma major.
Mas isso não significa que ela tenha mudado sua trajetória ou feito concessões artísticas. O seu pop oitentista elegante continua intacto com boas soluções instrumentais e belas canções. Para quem cobra o sucesso imediato de Mahmundi, recomenda-se paciência, mas veja bem: outro dia, estava em um supermercado e, de repente, estava tocando "Outono", no sistema de som da loja.
Bluesman – Baco Exu do Blues
Se 2018 foi o ano do desastre da eleição de Jair Bolsonaro, também foi o ano de "Pantera Negra", "Infiltrado na Klan" e também de "Bluesman", o segundo álbum do rapper baiano Baco Exu do Blues. Um álbum que não foge de temas espinhosos, como segregação racial, opressão e o espaço que é ocupado pela população negra e o que lhe é destinado.
"Eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos/O primeiro ritmo que tornou pretos livres..A partir de agora, considero tudo blues/O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues/O funk é blues, o soul é blues/Eu sou Exu do Blues".
Ainda é possível destacar outros lançamentos como os álbuns de estréia de Haynna e os Verdes (homônimo) e Ana Frango Elétrico ("Mormaço Queima"), além de "Ok Ok", de Gilberto Gil; "Deus É Mulher"; de Elza Soares; "A Pele do Futuro", de Gal Costa; "Jah-Van", de BiD; "Agressão", do Black Pantera; "Cavala", de Maria Beraldo; "Amenidades", de Lê Almeida; "Quebra-Cabeça", do Bixiga 70 e "Lição #2: Dorival", do Quartabê.
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