Profane Omen aprofunda a conexão roqueira Brasil-Finlândia
Marcelo Moreira
A coexão roqueira Brasil-Finalândia está se intensificando. Depois do Armroed Dawn, banda paulistana que tem entre seus líderes o guitarrista Timo Kaakoski, desta vez ganha destaque o vocalista Jules Näveri, da banda de heavy metal Profane Omen, que faz do Rio de Janeiro uma das plataformas principais de lançamento do novo álbum do grupo.
Casado com uma brasileira e vivendo no Rio desde 2005, o músico finlandês supera o caos administrativo da cidade e do Estado, as balas perdidas e a violência policial e diz que segue firme fazendo música na cidade. "Gosto daqui, de São Paulo e de Salvador, onde eu morei", diz em bom português.
Näveri é um daqueles espíritos livres que usaram o rock para conhecer o mundo. Conversando com ele é possível entender porque Kaakoski e a cantora Tarja Turunen, ex-Nightwish, gostam tanto do Brasil."Os padrões de comportamento no Brasil e na América do Sul são diferentes, aqui é possível sentir mais liberdade, há menos amarras nos relacionamentos. Aqui as pessoas são mais extrovertidas e espontâneas, por mais que haja problemas sociais e econômicos graves. Nos países nórdicos há menos liberdade neste sentido."
Mas então a banda finlandesa Profane Omen se mudou para o Brasil? "Não, eles ainda não tomaram essa decisão (risos). Eles continuam lá Helsinque e Lahti. Trocamos informações por e-mail e skype e quando necessário vou para lá."
Na mais recente visita ao país natal, o vocalista ajudou a finalizar "Ooka", o quinto álbum da carreira do sexteto formado na cidade de Lahti, em 1999. "War Boy" é o primeiro single e primeiro clipe do álbum, que tem as vozes de cantores de quatro importantes bandas de metal da Finlândia – Moonsorrow, Ensiferum, Finntroll e Korpiklaani.
"É uma grande honra para nós que esses quatro cavalheiros tenham considerado 'War Boy' digna de seu tempo. Tudo começou com uma ideia maluca que de repente se tornou executável e então Mathias, Jonne, Mahi e Ville apareceram no estúdio e tivemos um dia maravilhoso gravando as partes deles. O fato de terem encontrado um tempinho em suas agendas lotadas mostra como esses caras são legais e a música não teria ficado tão potente sem a participação deles", afirma Näveri.
Embora Ooka possa significar flor de cerejeira no idioma japonês, o significado do título do álbum está mais para o segundo entendimento possível da palavra que vai totalmente na contramão: um "ataque de aeronaves kamikazes", como mostra a capa do disco.
A Europa e a América do Sul, por enquanto, são as prioridades do Profane Omen. Näveri reconhece o potencial do mercado roqueiro brasileiro, com uma quantidade grande de boas bandas e um empreendedorismo notável. No entanto, admite que a prolongada crise econômica atrapalha, e muito.
"Atrapalha para todo mundo. Claro que gostaríamos de uma segurança maior para expandir os horizontes para cá, mas por enquanto vamos trabalhar com o que temos. O novo álbum vai ser trabalhado com calma", diz Näveri
O cantor quer coroar o bom momento do sexteto finlandês com shows pelo Brasil em 2019, ano em que a banda completa 20 anos de existência. "Seria um sonho, mas sabemos que 2019 é um ano de mudanças importantes para o Brasil. Quem sabe não consigamos uma turnê para comemorar por aqui em 'minha casa'?"
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.