Roger Waters 'impulsiona' os factoides da campanha de Bolsonaro
Marcelo Moreira
A fábrica de fake news que abasteceu a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, também foi acompanhada por uma extensa linha de produção de factoides, aquelas bobagens denunciadas sem nenhuma consequência, mas que geram barulho.
A última tentativa de comover a Justiça Eleitoral foi a denúncia, no último sábado, véspera da eleição, durante o show de Roger Waters, ex-Pink Floyd, em Curitiba.
A campanha do capitão da reserva entrou com pedido de impugnação da candidatura de Fernando Haddad (PT) por causa de suposta propaganda eleitoral no show do roqueiro. Em sua longa turnê pelo Brasil, Waters se posicionou contra o candidato e exibiu várias no telão o símbolo #elenão.
Esse tipo de factoide é comum em eleições de todo o tipo no mundo inteiro. A questão é que, no caso do roqueiro inglês, o factoide é do tipo que faria qualquer um passar vergonha, se fosse o autor. Esse fato nunca foi um problema para Bolsonaro e sua corja política.
As manifestações contínuas contra o fascismo e contra políticos populistas de viés autoritário sempre foi uma tônica na carreira de Waters, um artista de discurso de esquerda, socialista de carteirinha e ardoroso defensor dos direitos humanos.
Não é á toa que é detestado pela direita e por governos autoritários – e também por governos ditos "liberais" ou "progressistas" de Israel que nada fazem para interromper a escalada da violência contra os palestinos.
A vergonha não se limitou à coordenação de campanha de Bolsonaro com seu pedido estapafúrdio. Atingiu o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) paranaense, que fez diversos alertas igualmente absurdos sobre "manifestações" de cunho político" no show de Waters de Curitiba, antes das 22h, prazo limite para o início das proibições à propaganda institucional. Houve até sutis ameaças de prisão do astro inglês.
Waters terá farto material brasileiro para incluir em uma eventual autobiografia, já que certamente ele jamais imaginou passar por tamanha bizarrice político-musical como nesta turnê pela América do Sul.
Para conhecer um pouquinho mais sobre o que pensa Roger Waters, assista à interessante entrevista que ele concedeu a Caetano Veloso especialmente para o coletivo Mídia Ninja:
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