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Marty Balin, morto esta semana, foi o cérebro do Jefferson Airplane

Combate Rock

29/09/2018 14h59

Marcelo Moreira

A voz e a imagem do Jefferson Airplane sempre foram da cantora e símbolo sexual hippe Grace Slick, talvez a melhor cantora do flower power norte-americano depois de Janis Joplin. No entanto, o cérebro da banda californiana era Marty Balin, que também cantava e tocava violão e guitarra. O músico morreu nesta semana, aos 76 anos de idade.

Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, muitos veículos americanos especulam que ele tenha se suicidado, fato não confirmado pela família.

Em 2016, Balin foi submetido a uma cirurgia cardíaca que teve inúmeras complicações, fato que levou a família a processar o hospital e os médicos por suposta negligência.

Inteligente e culto, Marty Balin era um artista que prezava certa discrição, mas que fazia questão de defender o seu legado e o de sua banda – não era prudente ressaltar em demasia, na sua presença, a estupenda presença de palco e a importância de Grace Slick para o Jefferson Airplane.

O Jefferson Airplane iniciou sua história em 1965, em São Francisco. Logo se transformou em principal atração musical da cidade, ao lado do Grateful Dead.

Capa de 'Surrelistic Pillow', do Jefferson Aiplane. Balin está de pé, do lado direito de Grace Slick (TOTO: REPRODUÇÃO)

As duas bandas capitanearam o movimento hippie na cidade na segunda metade dos anos 60, quando surgiu a cena musical psicodélica da cidade do norte da Califórnia – que seria uma das bases do Verão do Amor, em 1967.

Nascido Martyn Jerel Buchwald, Balin formou a banda com Paul Kantner, Jorma Kaukonen, Jack Casady, Skip Spence e Signe Anderson. Grace Slick entraria posteriormente.

O primeiro álbum, "Jefferson Airplane Takes Off", saiu em 1966 A banda foi uma das atrações do lendário festival de Woodstock, em 1969, fazendo uma apresentação histórica na ocasião. "White Rabbit", "Somebody To Love" e "Volunteers" estão entre os maiores sucessos do grupo.

Com o arrefecimento do movimento hippie, que murchou rapidamente a partir de 1970, o Jefferson Airplane perdeu prestígio e foi ultrapassado por novas bandas que faziam um som mais pesado ou que apostavam em um blues acelerado, dando origem ao southern rock.

Desiludido e em conflito com os antigos parceiros, Balin saiu da banda em 1971, mas voltou quatro anos depois após insucessos como artista solo e ator de cinema.

Entre 1978 e 2008 tocou mais algumas vezes com o Jefferson Airplane e seu sucessor o Jefferson Starship, mas nunca de formas definitiva.

Para os críticos norte-americanos de rock, Marty Balin foi considerado uma figura tão importante para o rock psicodélico quando Jerry Garcia, guitarrista e líder do Grateful Dead, que morreu em 1995.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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