Topo

Um vilarejo na Dinamarca 'testemunhou' a estreia nos palcos do Led Zeppelin

Combate Rock

09/09/2018 07h00

Marcelo Moreira

Led Zeppelin, ainda como New Yardbirds, em outubro de 1968 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Todo mundo estava apreensivo, menos o guitarrista. Ele era o mais velho do grupo, apesar de ter apenas 24 anos de idade, só que tinha ao menos sete anos de experiência nos palcos e nos estúdios, enquanto os outros, no máximo, tinham alguns aos de pileque e suor em pubs de quinta categoria.

Jummy Page sabia que ia dar certo, apesar do nervosismo dos moleques, o cantor Robert Plant e o baterista John Bonham, ambos "caipiras" de Birmingham e mal tendo chegado aos 20 anos.

O baixista, John Paul Jones, era mais experiente em estúdio, mas não tanto, aos 22 anos. E sua postura blasé, de quem desconfia da "roubada" em que havia se metido…

Esse era o Led Zeppelin que tinha chegado à Dinamarca para o seu primeiro show de verdade apesar dos dois meses de ensaio. Na verdade, o Led Zeppelin, como nome de verdade, só surgiria semanas depois, pois aquelas datas na Escandinávia serviam apenas para cumprir contratos assinados anteriormente pelo empresário Peter Grant em nome dos Yardbirds, outrora gigante do início do rock inglês.

Só que os Yardbirds acabaram em março de 1968, em Nova York, e Grant e Page ficaram com o mico de ter de cumprir algumas datas na Inglaterra entre junho e outubro, só que não havia mais banda.

O que fazer? The New Yardbirds foi a gambiarra para cumprir as datas programadas e finalmente estrear o novo grupo, que se chamaria Led Zeppelin, a partir de novembro.

O mesmo 7 de setembro que marcaria a morte de Keith Moon, dez anos depois, se torna uma data vital para o rock ao registrar a primeira vez que o Led subiu ao palco, ainda que como New Yardbirds, em um galpão ridículo no interior da Dinamarca, tocando em uma espécie de quermesse e com um repertório meio que improvisado.

Só que Jimmy Page, sempre visionário e otimista, sabia que aquela formação daria certo. Os ensaios na casa do guitarrista, à beira do rio Tâmisa, perto de Londres, mostraram uma química imediata e um potencial imenso para fazer um blues pesado que, no momento, iria além do que Cream, Jimi Hendrix e The Who estavam fazendo.

O próprio Page afirma, em vários livros sobre a banda, que os shows não foram lá essas coisas. Só que o time entrosou e ficou muito afiado quando entrou em estúdio, meses depois, para gravar o álbum de estreia, que seria lançado no começo de 1969.

Uma pequena vila na Dinamarca entrou para a história como o marco inicial ao vivo do Led Zeppelin, há exatos 50 anos. Pena que são pouquíssimas no local as pessoas que lembram de fato, como registrou recentemente um jornal diário dinamarquês.

Clique aqui para mais informações sobre os 50 anos da estreia nos palcos do Led Zeppelin, em bom texto da Rolling Stone Brasil.

Clique aqui para ler mais, bo Combate Rock, sobre a implosão dos Yardbirds, há 50 anos, que originou o Led Zeppelin.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Blog Combate Rock