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Capital Inicial ao vivo: mais do mesmo para agradar a todos

Combate Rock

28/06/2018 17h00

Nelson Souza Lima – especial para o Combate Rock

Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial (FOTO: NELSON SOUZA LIMA)

Pegando carona no jargão futebolístico, já que estamos em época de Copa do Mundo, o Capital Inicial deu pontapé numa nova partida, digo turnê. Na tour chamada "Sonora", os caras estão jogando pra torcida.

Explico: o setlist contém 99% de músicas antigas. E insistindo nas máximas do esporte bretão: Dinho Ouro Preto e banda não mexem no esquema que tá ganhando tocando todos os hits, principalmente do álbum "Rosas e Vinho Tinto", lançado em 2002, e que rendeu cinco singles. Todos no repertório.

Não que isso seja errado. Afinal de contas, quem tava lá queria mesmo ouvir os clássicos. E a galera não teve do que reclamar, os sorrisos eram visíveis ao final do show. Mas primeiro falo um pouco do que rolou antes.

Noite fria pra caramba de 16 de junho, em amplo Espaço das Américas, em São Paulo. Nada melhor que quentão e show de rock pra esquentar. Fui sozinho e as fotos dessa vez são minhas. Mais uma vez agradeço a Estela da Talento Comunicação pela liberação.

De credencial em punho, quer dizer no pulso, entrei na casa e dei de cara com um publico que já era grande, depois praticamente lotou.

Pra animar e aquecer os fãs rock das décadas 70, 80 e 90. Rolou de tudo que possa imaginar: Led Zeppelin, Metallica, Alice In Chains, AC/DC, The Offspring, Kiss, Iron Maiden, Los Hermanos, Pearl Jam, O Surto, Skank, CMP 22, Charlie Brown Jr, O Rappa, Marcelo D2, Jota Quest, Nando Reis, Cássia Eller, entre outros.

No palco, apesar de uma cortina cerrada dava pra perceber a movimentação dos roadies no corre-corre de afinar instrumentos, equalizar os amplis e tal. De repente um cara surge de trás da cortina com celular na mão e tira uma foto da plateia. Fãs gritam e acenam pra foto. Eu ali no aguardo do show e fazendo fotos pra acertar o foco da câmera.

Uma coisa que gosto sempre de observar é a heterogeneidade da plateia. E posso dizer que o Capital Inicial é uma banda para a família. Fãs de todas as idades e gerações, afinal o grupo brasiliense já passou dos trinta anos de carreira. Vi um casal com uma garotinha, que provavelmente era filha deles. A menina não devia ter mais que sete anos e ia dos braços do pai para os da mãe curtindo o clima.

Casais de namorados já passados dos quarenta anos marcaram presença, jovens, adultos e idosos. Sim, vi um senhor que aparentava uns 70 anos sair carregado nos braços de duas moças, acredito que filhas do ancião. Ele tava na pista com a galera e parece que passou mal no fervor da apresentação dos brasilienses. Enfim, um show pra todas as gerações mesmo. Mas vamos lá.

Pontualmente às 23h30 as luzes, apagaram, aquela chamada no telão para as questões de segurança, bom espetáculo e pau na máquina. A banda já entrou no gás com "Tudo Vai Mudar", do já mencionado "Rosas e Vinho Tinto". O que dizer de uma banda supercalejada?. São experientes, técnicos, presença de palco e hits. Ouro Preto é um frontman que sabe conduzir a massa.

Ao seu lado os experientes Yves Passarel e Fabiano Carelli (violões/guitarras), Flávio Lemos (baixo), Fê Lemos (bateria) e Robledo Silva (teclados) mostraram que são ótimos músicos.

Aí foi um desfile de canções de várias fases do grupo: mandaram, entre outras, "Independência", do álbum homônimo, de 1987, "Depois da Meia-Noite" e "Como se sente" e "Vamos Comemorar", constantes em "Das Kapital", de 2010, "Cai a Noite" e "Todas as Noites", do disco "Eletricidade", de 1991.

As clássicas "Leve Desespero", "Veraneio Vascaína", "Fátima" e "Música Urbana" do disco estreante da banda de 1986 também estavam lá. Na sessão "xingar o governo" mandaram "Que país é esse?", dos conterrâneos Legião Urbana. Sempre presente no set e com direito a mandar o Presidente Temer pra um certo lugar. Pra não dizer que não houve surpresas tocaram "Não me olhe assim" single lançado em maio e um cover legal de "Otherside" do Red Hot Chilli Pepers.

Passava da uma da manhã quando encerraram com outra clássica "Natasha". Mal teve tempo de pedir a volta dos caras. No encore Dinho agradeceu a presença de todos dizendo que são uma banda abençoada por tudo que conquistaram. Emendaram três do "Rosas e Vinho Tinto": "Olhos Vermelhos", "Mais" e "Como devia estar".

O final apoteótico rolou com "Primeiros Erros" e Dinho regendo a galera numa capela gigantesca como num estádio de futebol. Bom show. O público ouviu o que queria e todos satisfeitos.

CAPITAL INICIAL – 16/06/2018

TUDO VAI MUDAR

INDEPENDÊNCIA

4 X VOCÊ

LEVE DESESPERO

DEPOIS DA MEIA-NOITE 

COMO SE SENTE

FÁTIMA

CAI A NOITE

NÃO ME OLHE ASSIM

A SUA MANEIRA

VAMOS COMEMORAR

NÃO OLHE PRA TRÁS

QUE PAÍS É ESSE? (LEGIÃO URBANA)

VERANEIO VASCAÍNA

TODAS AS NOITES

OTHERSIDE (RED HOT CHILI PEPPERS)

TUDO QUE VAI

TEMPO PERDIDO (LEGIÃO URBANA)

MÚSICA URBANA

NATASHA

OLHOS VERMELHOS

MAIS

COMO DEVIA ESTAR

PRIMEIROS ERROS

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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