Carl Palmer homenageia os companheiros mortos em show em São Paulo

Marcelo Moreira

Carl Palmer (FOTO: DIUVLGAÇÃO)

Existe oportunismo "aceitável"? Como medir o nível de uma atitude oportunista e como avaliar se dá para engoli-la?

Temos visto alguns exemplos na música recentemente com as famosas "turnês de reunião" de bandas com nenhum integrante original ou relevante, ou então patrocinadas por algum músico com passagem meteórica.

Não para dizer que seja o caso do baterista inglês Carl Palmer, que foi integrante do Atomic Rooster e do fantástico Emerson, Lake & Palmer.

O baterista foi muito criticado no ano passado por não ter esperado a poeira baixar para recolocar na estrada seu  recente projeto, Carl Palmer's ELP Legacy, que substitui a Carl Palmer Band (que tocou no Brasil anos atrás).

O tal projeto é uma tentativa de surfar no catálogo esplendoroso do Emerson, Lake & Palmer, trio de rock progressivo pilar do movimento. Tudo bem que já existia em 2015, mas ganhou novo impulso a partir do final de 2016.

Sem os dois companheiros – o baixista e vocalista Greg Lake e o tecladista Keith Emerson morreram em 2016 -, a iniciativa de Palmer de organizar uma turnê mundial com as músicas do trio soou como ofensa a muitos, sendo que foram poucos meses entre a morte de Lake e o anúncio do projeto.

Alheio a isso, o baterista tem feito um bom trabalho com o "legado" do Emerson, Lake & Palmer. Ele ajudou a criar as músicas e assina como compositor várias delas. Por mais que o trio vivesse às turras nos anos 70 e 80, costumavam aparar as arestas para tocarem juntos após a primeira separação, em 1979.

Carl Palmer's ELP Legacy tem cara de banda tributo – que na verdade é -, mas ainda conserva uma aura de "veneração" por se tratar de um instrumentista supertalentoso e uma lenda do rock internacional.

"É bom, mas falta quase tudo", disse um jornalista brasileiro que viu uma apresentação da banda no exterior no passado. Claro que não haverá a maestria de Emerson teclados e nem o magistral vocal aveludado de Lake. Entretanto, Palmer é um show à parte e merece ser visto, escutado e ovacionado.

Emerson, Lake & Palmer, na sequência da esq. para a dir.; na foto, o trio em 1970 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Na primeira vez que veio ao Brasil, lá nos anos 90, o baterista arrasou com o Asia, que fez três shows no Brasil. Era 1991 e o grupo veio sem o guitarrista Steve Howe, substituído pelo norte-americano Pat Thrall. Só que quem deu o show foi Palmer, com sua acrobacias e noção extrassensorial de tempo.

Seguiram-se então duas passagens naquela década por aqui com o Emerson, Lake and Palmer. O que tinha sido sensacional com o Asia foi muito melhor, com o baterista fazendo as honras de mestre de cerimônia falando portunhol com a plateia.

"Desde 2001 toco com meu próprio trio, trocando os teclados pela guitarra. Eu senti que seria a maneira honesta de me aproximar da música do ELP, esse formato fez sentido pra mim. A ideia era reinventar essa música", declarou o músico em seu site oficial por ocasião da criação do novo projeto.

Carl Palmer's ELP Legacy é um power trio quente com o próprio na bateria e percussão; o guitarrista Paul Bielatowicz e o baixista Simon Fitzpatrick.

Clique aqui para ler um texto com uma rápida entrevista de Palmer sobre o show no Brasil.

SERVIÇO

local: Espaço das Américas – São Paulo/SP
Endereço: Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda

Abertura da casa: 18h30
Início do show: 20h00
Classificação etária: 14 anos

Ingressos:
https://www.ticket360.com.br/evento/8005/emerson,-lake-&-pal…

Valores:
Setor Platinum: R$380,00 (inteira)
Setor Azul Premium: R$280,00 (inteira)
Setor Azul: R$240,00 (inteira)
Setor B, C e D: R$200,00 (inteira)
Setor E, F, G e H: R$160,00 (inteira)