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Steve Hackett desfila maestria e sutileza em São Paulo

Combate Rock

04/04/2018 06h41

Paulo Martins Silva – especial para o Combate Rock

Steve Hackett em São Paulo (FOTO: MARCELO BRAMMER/DIVULGAÇÃO)

Não tinha como dar errado. Os bons fluidos do maravilhoso show de Phil Collins dias antes impregnou São Paulo e foi apenas uma questão de estar no lugar certo e muito antes da hora.

Steve Hackett é um estilista que se sente à vontade com uma guitarra na mão. E nunca deixou de demonstrar que se sente muito à vontade em tocar no Brasil – já merecia ter se "naturalizado", já que foi casado com uma brasileira e costuma vir uma vez ao ano para cá.

Instrumentistas como ele, Steve Howe (Yes), John McLaughlin e Allan Holdsworth (morto no ano passado) costumam ser preteridos na preferência popular por conta de seus trabalhos mais conceituais e sofisticados, embora sejam incensados por músicos de vários gêneros.

Apesar de subestimado pelo grande público, Hackett tem categoria suficiente para mostrar o quanto seu estilo é algo sublime e extraordinário.

Em uma turnê onde revisita toda a sua carreira, desde a época em que integrou o Genesis e depois o GTR, o que sobra é bom gosto e qualidade.

Da carreira solo, o destaque não poderia ser outro que não "El Niño", além da maravilhosa "In the Skeleton Gallery". Do GTR, o hino "When The Heart Rules the Mind" foi a canção representante.

Mas todo mundo mesmo esperava a segunda metade do show, com as músicas do Genesis. Quando ele resolveu abrir essa parte do show com "Dancing With the Moonlight Knight" praticamente "expulsou" o público. Como assim colocar a melhor música da banda logo de cara, assim, na abertura da seção?

e o que viria depois disso? "The Fountain of Salmacis", "Firth of Fifth", "Inside and Out" e a matadora sequência final , longa e cativante, com "The Musical Box", "Supper's Ready" e "Los Endos".

Faltou "The Lamb Lies Down on Broadway" ou "Carpet Crawlers"? Sim, o que deixou abaixo da perfeição. Mas quem liga para perfeição quando se está diante de um gênio do rock como Hackett ou como David Gilmour (ex-Pink Floyd) ou Ian Anderson (ex-Jethro Tull)?

Com uma banda espetacular e um repertório deslumbrante, não há como não reverenciar um artista que faz questão de entregar no mínimo o máximo.

Steve Hackett fez do Espaço das Américas, em São Paulo, algo próximo do paraíso musical – e o clichê aqui é válido, assim como a avalanche deles quando da apresentação de David Gilmour, em 2015, no Allianz Parque.

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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