A aventura do Roça'n'Roll chega ao fim
Marcelo Moreira
O melhor festival de rock pesado do país acabou. A chocante notícia de que o Roça'n'Roll, de Varginha (MG), está suspenso por tempo indeterminado chocou o mercado musical underground com o anúncio feito no Facebook por seu mentor e organizador, Bruno Maia, guitarrista e vocalista do Tuatha de Dannan.
Muitos dos eventos do mesmo porte que ainda tinham o rock como carro chefe sofreram bastante nos últimos dois anos com problemas financeiros decorrentes da crise econômica severa e da diminuição de público. Mesmo com atrações internacionais, estava difícil fechar as contas.
Eventos menores e mais simples, como o Thorhammerfest, em São Paulo, encontraram algumas fórmulas para sobreviver e, neste caso, serem de menor porte está sendo uma vantagem.
Por enquanto, o Roça'n'Roll é a maior vítima dos festivais de rock brasileiros. E nem se trata de uma concorrência ferrenha, até porque os eventos do mesmo porte ou estão rareando ou mudando um pouco o perfil, ficando mais abrangentes, como o Abril Pro Rock, o Porão do Rock, o Se Rasgum e o Do Sol.
De certa forma, a comparação do Roça com os festivais citados é indevida, seja por questões de estrutura, seja por questões de filosofia.
Entretanto, o fato é que o Roça'n'Roll era o maior e melhor festival dedicado ao rock e ao rock pesado no Brasil, virando referência internacional e atraindo o interesse de bandas estrangeiras.
"A gente resistiu até onde deu, foi muito difícil pensar essa hipótese e, pior ainda, ter de anunciar isso, mas, infelizmente, o nosso 20º Roça'n'Roll será adiado sem data determinada ainda", escreveu Maia no Facebook, alegando falta de patrocínio e de incentivos para tomar a decisão..
"Estou muito abalado com isso, pois tenho mais anos de vida fazendo o Roça que sem o Roça, e tê-lo realizado por quase 20 anos ininterruptos me dá uma satisfação e orgulho difíceis de descrever, pois além de conseguir manter o sonho vivo por tantos anos, superamos muitos obstáculos nesta história, obstáculos naturais, físicos, financeiros, 'alta' precariedade, sabotagem e até vilania", disse o músico.
Ao final do texto, o organizador do Roça deixa aberto um possível caminho, embora co pessimismo. "Ainda veremos o que faremos, se tentaremos um crowdfunding, se tentaremos buscar novos parceiros incentivadores, mas prometo que vamos tentar realizar pelo menos a 20ª expedição, por questão de honra e fechar com chave de ouro essa história."
O fim do Roça'n'Roll é o maior golpe em uma cena roqueira moribunda e sem perspectivas. As bandas do chamado rock alternativo que ainda conseguem algum sucesso e fazer longas turnês são poucas e exceções no Brasil, assim como os festivais que ainda resistem e que mantém alguma aura underground. Há pouca ou quase nenhuma luz no fim do túnel.
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