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Tony Iommi, a personificação do heavy metal, faz 70 anos

Combate Rock

19/02/2018 16h49

Marcelo Moreira

Tony Iommi (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Muitos músicos dariam um braço para descobrirem uma maneira de serem ouvidos. Outros certamente fariam pactos com o diabo para que seus sons sejam reconhecidos imediatamente. E o que dizer então daquele instrumentista que praticamente criou um gênero musical?

Nos quesitos apresentados acima, podemos incluir um seleto grupo de guitarristas reconhecíveis imediatamente pelo toque ou pelo timbre – Jimi Hendrix, Jeff Beck, Jimmy Page, Brian May, David Gilmour, Ritchie Blackmore, Pete Townshend, Randy Rhoads e… aquele senhor bigodudo que criou o o heavy metal.

Tony Iommi, que completou 70 anos de idade nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, é destaque entre os mestres, e é celebrado por ter praticamente ter criado um suubgênero musical com seu talento, suas pesquisas e sua maneira única de tocar.

Amante de jazz e blues pesado, forjou seu estilo e encontrou o seu timbre nos pubs sujos da Inglaterra entre 1965 e 1968 – tocando muito alto para atrair a atenção dos bêbados e incomodando todo mundo.

"Ninguém dava a mínima para a gente. Já tínhamos um repertório e nos esforçávamos, mas aquele bando de bêbado insistia em falar mais altos e rir o tempo todo. pareciam que debochavam de nós. Não tínhamos outra opção", disse Ozzy Osbourne, então vocalista doEarth, sobre aquele nada promissor começo de carreira.

Eram quatro moleques de 18 e 19 anos entre 1968 e 1969, pobres e desesperados para conseguir alguma renda. O Earth virou o Black Sabbath e o volume do som teve de subir para serem notados.

E foi aí que Iommi e o baixista Geezer Butler encontraram uma maneira de tocar em meio a uma massa sonora de blues distorcido e rock acelerado – volume altíssimo e distorção absurda.

Mestre dos riffs, Iommi se destaca entre os guiitarristas estilistas por extrair de seu instrumento um peso inacreditável, em uma combinação improvável de timbre único de sua Gibson SG, frases marcantes, solos certeiros e uma parede de amplificadores em volume ensurdecedor. Tudo isso temperado por uma base pesadíssima e inteligente criada pelo baixo de Butler, atacado como se fosse uma guitarra, lembrando o ídolo e gênio John Entwistle, do Who.

Desde sempre surgem as teorias soobre quem fez a primeira música pesada na história: Kinks com "You Really Got Me"? Troggs com "Wild Thing"? Blue Cheer com "summertime Blues"? Beatles com "Helter Skelter"? The Who com a versão ao vivo de "Magic Bus"? Led Zeppelin com "How Many More Times"?

Polêmica inútil. Iommi formatou o rock pesado, estabeleceu as bases, estremeceu a música e criou todo um estilo musical e de vida. Pense em heavy metal e não há como dissociá-lo do Black Sabbath e de seu guitarrista.

Imagine o som muito pesado e imediatamente pense em "Iron Man", "War Pigs" e nos riffs matadores de "Children of the Grave" e "Paranoid." E também "Sabbath Bloody Sabbath", "Heaven and Hell", "Mob Rules", "Sign of the Southern Cross"…

Tony Iommi é sinônimo de peso, de som único de guitarra monstruosa. É sinônimo de música de qualidade. Iommi é a personificação do heavy metal – talvez a maior de todas as honrarias que lhe foram concedidas.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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