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Boatos de janeiro: esqueçam as reuniões de Van Halen e Deep Purple

Combate Rock

05/02/2018 07h00

Marcelo Moreira

Até que demorou para que os boatos de começo de ano começassem a infestar as redes sociais. E já nem falamos mais daqueles que dão conta de uma iminente reunião da formação clássica do Sepultura – provavelmente a grande chatice roqueira do Brasil nos últimos anos, e que não vai rolar, conforme dúzias de recentes entrevistas do guitarrista Andreas Kisser.

As fofocas da vez dão conta de que o baixista Michael Anthony está prestes a realizar uma turnê com o Van Halen, e que o guitarrista Ritchie Blackmore estaria na iminência de acertar uma série de shows com a atual formação do Deep Purple. nenhuma das informações é verdadeira.

Michael Anthony foi surpreendido em 2005 com declarações de Eddie Van Halen dizendo que ele não estaria na próxima turnê da banda – a explicação, dada muito tempo depois, é que ele "estava muito próximo do ex-vocalista Sammy Hagar", então novamente inimigo dos irmãos Van Halen.

O baixista nunca escondeu sua admiração e amizade com Hagar e manteve contato com ele mesmo após sua polêmica demissão da banda, em 1996.

Meio que não acreditando que estava fora do Van Halen, Anthony teve essa confirmação em 2007, quando foi anunciada a turnê norte-americana da banda com o retorno de David Lee Roth nos vocais, mas com Wolfgang, o filho guitarrista de Eddie, no baixo.

Michael Anthony ficou decepcionado, mas manteve silêncio sobre a questão. Seguiu em frente, tocando em todos os projetos solo de Sammy Hagar e formando com ele o supergrupo Chickenfoot, ao lado do guitarrista Joe Satriani e do baterista Chad Smith, que é do Red Hot Chili Peppers.

Pelo menos três jornais da Califórnia e uma emissora de rádio disseminaram a informação, citando sempre as "fontes do mercado e da indústria".

Ainda que as duas partes não tenham se manifestado sobre os boatos, o fato é que não há indícios de que a reunião poderá ocorrer em breve. m

Anthony deu uma declaração desastrada em junho passado afirmando ao jornal de The News Herald que aquele era um bom momento para a formação original e clássica do Van Halen voltar a tocar.

"Outras bandas estão voltando. Talvez seja uma forma oportunidade de dar um fechamento ou coisa do gênero. Todos na banda ainda são relativamente saudáveis e ainda estão vivos. Portanto, há algo no ar. E o Sammy Hagar disse em algumas entrevistas que toparia fazer uma turnê com ele o David Lee Roth", disse o baixista.

Também alimenta a boataria a informação de que Anthony e o baterista Alex Van Halen voltaram a se falar em 2016, o que não quer dizer muita coisa. Portanto, esqueça, por enquanto, qualquer possibilidade de retorno do ex-baixista ao quarteto.

MK II, a clássica formação do Deep Purple, com Ian Gillan (centro) e Ritche Blackmore (segundo à direita) (Foto: Divulgação)

Já Blackmore andou dizendo no começo do ano passado que consideraria a hipótese de se reunir ao Deep Purple para alguns shows, ainda que Steve Morse continuasse como membro do grupo. A declaração surpreendeu, já que ele reativou o Rainbow para alguns shows em 2016 e manteve a banda na ativa em 2017.

De forma ponderada, o vocalista Ian Gillan respondeu a Blackmore seis meses depois da "sugestão" do guitarrista: não há chance de isso acontecer.

"Não existe essa possibilidade. Ele tem tocado outro tipo de música durante quase 25 anos. Ele juntou o Rainbow para tocar em alguns concertos. Eu tenho alguns amigos e conhecidos que acham que Ritchie é um deus, um deus absoluto e até eles sabem que ele não está a tocar rock 'n' roll como antes. E eu estou falar isto da forma mais carinhosa possível, porque eu e ele temos uma relação tranquila ultimamente", afirmou o cantor do Deep Purple ao podcast "The Vinyl Guide" em setembro do ano passado.

O assunto voltou agora, no final de janeiro, graças ao "dinamismo" e "velocidade" das redes sociais, tão pródigas em disseminar mentiras, boatos e fake news. Se as chances de volta de Anthony ao Van Halen são remotas, em relação a Ritchie Blackmore com o Deep Purple são inexistentes.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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