Ricardo Vignini exibe competente mescla de ritmos em 'Rebento'

Marcelo Moreira

Ricardo Vignini (Foto: Divulgação)

E finalmente chegou o dia de mostrar o seu novo rebento para os paulistanos. Em trabalho magnífico, o músico paulistano Ricardo Vignini exibe as músicas de seu mais recente trabalho, "Rebento", no Teatro da Rotina.

São mais de 25 anos de carreira condensados em 13 músicas que mostram todas as influências do antigo guitarrista endiabrado dos anos 90 que trocou o rock pela música regional, abraçando a viola caipira com tal esmero e dedicação que virou referência internacional ao lado do companheiro Zé Hélder, os dois formando o duo Moda de Rock.

"Rebento" evidencia o domínio completo da linguagem da viola, seja qual for o exemplar no qual ele executa as canções. Com arranjos inspirados e solos marcantes, Vignini passeia pela música caipira, pelo baião, pelo xote, pelos ritmos sulistas e pelo blues.

E este é o maior orgulho do instrumentista, que exalta as parcerias e participações no disco. "O gaitista Sergio Duarte é meu parceiro há mais de 25 anos. Na música 'Pé Vermelho', fizemos um baião com sotaque blues que foi realçada com o pandeiro do Marcos Suzano; 'Ventos de Novembro' foi criada a partir de jams que eu e o pianista Ari Borger desenvolvemos em ensaios para algumas apresentações que fizemos no ano passado; e 'Lua da Colheita' também foi criada em uma jam com o Christiaan Oyens onde eu toco viola  caipira dinâmica e ele violão slide weissenborn."

A sonoridade do novo CD tem muito a ver com história de vida de Vignini. "Comecei a gravar o novo trabalho, chamei amigos musicais que fui acumulando durante a minha vida, que tinha vontade de compartilhar em um trabalho mas não tinha tido a oportunidade ainda. São amigos como Andre Rass, Ari Borger, Chistiaan Oyens, Bruno Serroni, Fernando Nunes, Lúcio Maia, Marcelo Berzotti, Marcos Suzano, Rafael Schimidt, Ricardo Carneiro e Sergio Duarte."

O tom que domina "Rebento" é o que a viola caipira insere, mas é possível observar muito mais do que a regionalidade latente que explode nos arranjos.

Vignini chama isso de pluralidade, um conceito que complicado de constatar à primeira vista. Tem o baião e o blues em "Pé Vermelho", com Sergio Duarte e a percussão de Marcos Suzano, mas também tem Jimi Hendrix em "Beijando o Céu", com a guitarra extraordinária de Lúcio Maia (Nação Zumbi).

"BR-116" tem pitadas de rock progressivo, assim como "Trevo", que agrega também passagens de música country. "Ventos de Novembro", com Ari Borger, tem um climão blueseiro, enquanto que "Dr. Cateretê" é música de raiz pura.

No show, Ricardo Vignini contará com a participação especial do violeiro Ricardo Carneiro, o que permite expandir o repertório para outros trabalhos, como o álbum solo "Na Zoada do Arame".

"Rebento" foi lançado pelo selo Folguedo e com a distribuição da Tratore em formato digital e físico. Trata-se de um trabalho excelente de um dos músicos mais criativos e ousados da atualidade.

SERVIÇO:

Ricardo Vignini

Com participação de Ricardo Carneiro

Teatro da Rotina

Rua Augusta, 912

Sexta-feira, 19 de janeiro, às 21h

Ingressos:

R$ 40,00 bilheteria

R$ 20,00 antecipado

Vendas OnLine: Teatro da Rotina