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Dolores e Cranberries: artistas apenas medianos, de '3ª divisão'

Combate Rock

16/01/2018 15h14

Marcelo Moreira

Dolores O'Riordan (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Passado o choque da morte súbita e impactante da cantora Dolores O'Riordan, que liderou a banda irlandesa Cranberries, é a hora de colocar a questão no seu devido lugar após muitas análises laudatórias: a banda sempre foi muito fraca, da terceira divisão do rock, e a moça nunca passou de uma cantora comum.

Textos escritos aos quilos na internet tentaram enxergar méritos inexistentes no trabalho dos Cranberries nos anos 90. Houve gente que encontrou pureza e singeleza em canções pueris e melancólicas que dificilmente conseguiriam ombrear a superdimensionada e superestimada obra da Legião Urbana.

Dolores e sua banda fizeram parte de um movimento que se aproveitou do último suspiro do mercado fonográfico mundial, ocorrido após a derrocada do grunge, sintomaticamente murcho com o suicídio de Kurt Cobain, do Nirvana, em abril de 1994.

Na mesma leva de bandas de cunho pop, mas de qualidade baixa e inspiração estéril surgiram Cranberries e coisas bem ruinzinhas como Hootie and the Blowfish, Cardigans, Blind Melon, Concrete Blonde, Counting Crows e muitos outros que ficaram pelo caminho.

Foram apenas um ou dois sucessos para cada um deles, e mais nada, restando apenas rodapés na história da música pop – quando muito. E pensar que o Roxette, grupo contemporâneo deles, seria o que obteria resultados mais consistentes…

Com sua morte repentina, Dolores foi tratada como uma diva esmagada pela melancolia cuja obra fi analisada com pompa e circunstância, misturando exageros típicos emoção do momento com os de quem tenta desesperadamente dar um sentido artístico para uma artista com méritos menores do que os que fizeram-na supostamente ter.

Por falta de qualidade e de público, os Cranberries tiveram alguns hiatos na carreira, e cada retomada foi um parto e uma decepção, a ponto de Dolores ter participado menos do que deveria das atividades regulares da banda.

Experimentando o gosto do sucesso, vocalista e banda tiveram dificuldade de manter o pique e soçobraram nos mares reolvtos e impiedosos do mundo pop. Com álbuns nunca mais do que medianos, entraram nos anos 2000 em busca de um caminho, e nunca o acharam.

Presos no pop estéril e superficial dos anos 90, foram facilmente suplantados pelas explosões do new metal, rap e rhythm & blues moderno, para não falar de outros artistas pop com sucessos ainda mais efêmeros e ainda mais insípidos, inodoros e incolores.

A partida de Dolores O'Riordan é mais uma tragédia do pop de nosso tempo, ainda mais de forma súbita, e aos 46 anos de idade. No entanto, que isso não obscureça o horizonte na hora de avaliar a música dos Cranberries: bem fraca, abaixo da média e com uma cantora bem mediana, sem o menor traço de genialidade.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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