Finalmente: história do blues no Brasil ganha um livro interessante
Marcelo Moreira
O blues brasileiro é órfão de pai e mãe, pois não tem história – ao menos escrita. A brincadeira, dita de forma amarga, ocorreu em um dos ótimos festivais de blues e jazz que ocorrem no Brasil, no caso o BB Seguridade, que percorre várias capitais brasileiras.
O autor da frase é desconhecido o proferiu-a durante um show do gaitista norte-americano Steve Guyger e logo sumiu. Mas ele está correto: o blues nacional não tem história.
Backseat, ao pé da letra, significa algo como "aquele que viaja no banco de trás". Pois o blues sempre esteve ali, mas nunca em primeiro plano, segundo a máxima repetida por vários músicos do gênero.
O jornalista e produtor cultural Eugênio Martins Júnior concorda em parte com isso e tratou de amenizar a imensa lacuna. É o autor de "Blues – The Backseat Music vol. 1", obra que pretende contar um pouco da história dos músicos brasileiros que fazem blues por aqui – uma terra inóspita para o gênero, mas que produz artistas de imensa qualidade.
O livro é despretensioso, foge de qualquer rebuscamento literário. Trata-se de tão somente um registro importante de entrevistas e depoimentos de artistas brasileiros e estrangeiros que tocaram no Brasil.
E para isso o autor contou com sua experiência de mais de dez anos produzindo shows e trazendo atrações internacionais – sempre, é claro, com o gravador ligado á espera de um espaço para alguns minutos de papo que renderam boas entrevistas.
Lançado de forma independente – a campanha de financiamento do segundo volume está aberta -, a obra abusa da simplicidade e do formato básico de perguntas e respostas. Também evita análises mais profundas sobre álbuns e tendências.
Na abertura de cada entrevista, estão as informações básicas sobre quem o é o entrevistado, onde ocorreu a conversa e a importância do artista para figurar entre os 40 eleitos para estar na obra.
Se não existe um apuro estilístico (nem era esse o objetivo, segundo o autor), "Blues – The Backseat Music" se destaca por conta de uma profusão de informações e por colocar em papel as impressões dos maiores nomes do blues nacional – são muito poucos os nomes de destaque que não estão no livro.
Por enquanto, é o registro mais interessante e informativo a respeito do blues nacional, com declarações relevantes de gente como Flávio Guimarães (Blues Etílicos), Igor Prado, Ivan Márcio, Álvaro Assmar (recentemente falecido) e muitos outros.
Por ser um dos raros registros sobre a história do blues brasileiro, este livro, merece muita atenção e um lugar nobre na estante de quem gosta de boa música.
Para adquirir um exemplar, entre em contato com o autor por meio do perfil dele no Facebook – https://www.facebook.com/eugenio.martinsjunior.5. Já para participar da campanha de financiamento coletivo do segundo volume, acesse https://www.kickante.com.br/campanhas/blues-backseat-music-vol-2.
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