Sons of Apollo moderniza o prog metal e lança excelente álbum
Marcelo Moreira
Enquanto o baterista Mike Portnoy faz uma apresentação calcada nas músicas do Dream Theater na noite deste sábado, no Carioca Club, o exímio baterista pode ser apreciado também em mais um trabalho paralelo, em mais um supergrupo criado por ele.
Sons of Apollo é o nome da empreitada, que terá o seu CD de estreia lançado no Brasil em breve pela Hellion Records no final de outubro.
"Psychotic Symphony" é o nome do álbum, com nove músicas e um metal progressivo mesclado com pitadas de heavy metal e hard rock. Diante do time escalado, era previsível que o álbum seria bom, mas a alta qualidade do material surpreendeu, já que poucos esperavam que fosse tão bom.
Estão com Portnoy no Sons of Apollo o vocalista Jeff Scott Soto (ex-Yngwie Malmsteen e Talisman, entre outros), o guitarrista Ron "Bumblefoot" Thal (ex-Guns N' Roses), o baixista Billy Sheehan (Mr. Big, Winery Dogs) e o tecladista Derek Sherinian (Black Counstry Communion, ex-Dream Theater).
O álbum foi produzido por Mike Portnoy e Derek Sherinian, dupla conhecida como The Del Fuvio Brothers, que é o apelido dado a eles durante os anos de Dream Theater.
"Mike e eu trabalhamos em um ritmo implacável no estúdio", conta Sherinian no material de divulgação da obra. "A música é moderna, mas nós temos uma velha alma juvenil. O que é único sobre Sons of Apollo é que nós temos a verdadeiro magia do rock junto com o virtuosismo."
A banda Sons of Apollo se reuniu de uma maneira muito orgânica, como explica Mike Portnoy no memso material promocional: "Derek e eu nos reunimos pouco depois de ter deixado Dream Theater em 2010 e reunimos uma banda instrumental com Billy Sheehan e Tony MacAlpine. Foi a primeira vez que trabalhei com Derek desde os anos 90, quando estava no Dream Theater e foi ótimo trabalhar novamente com ele. Desde essa turnê, que realmente era uma coisa única, ele me cutucou para começar Uma banda original e em tempo integral. Até então não tivemos tempo para isso, pois eu tinha muitas outras coisas para finalizar, mas agora finalmente ela nasceu e se concretizou", explicou o baterista.
À parte essa declaração ufanista e arrogante típica de momentos de divulgação de trabalhos que reúnem músicos renomados, o som é realmente moderno, e isso fica claro na música "Coming Home", o primeiro single divulgado.
Com um instrumental muito bem trabalhado, e uma velocidade estonteante, o primeiro single traz um vocal ótimo de Soto gritando em meio a um peso surpreendente para quem apostava em um hard rock ou prog metal mais cabeçudo ou virtuoso.
No entanto, a música que abre a obra, "God of the Sun", é a que dá o tom do CD – um som pesado, mas cadenciado, com uma profusão de influências que vão de Fates Warning a Symphony X.
Para quem temia alguma loucura nas guitarras de Bunblefoot, a boa notícia é que o músico se mostra focado e totalmente entrosado, extrapolando, no bom sentido, os limites do hard rock e voando em complexas melodias.
É o caso de "Labyrinth" e "Alive", onde as guitarras predominam e os teclados de Sherinian fornece um tapete formidável para as viagens de Bumblefoot.
O tecladista é o destaque da progressiva e etérea "Figaro's Whore", enquanto que serve de linha mestra para a interessante "Signs of the Time".
Na melhor faixa do álbum, "Opus Maximus", onde todos os maneirismos e elementos que fizeram do Dream Theater uma grande banda de heavy metal estão presentes, quem brilha é Billy Sheehan, conduzindo a música de forma precisa e liberando Bumblefoot e Sherinian para duelarem.
É também nesta faixa instrumental que Portnoy se solta, demonstrando a sua apurada técnica e a sua vitalidade – ele é o chefe, mas deixou quer todos brilhassem anteriormente, para que pudesse tomar da faixa que encerra o CD.
Não se sabe por quanto tempo essa superbanda vai durar, já que não é a prioridade de nenhum dos integrantes. Portnoy ainda toca no The Winery Dogs, com Sheehan e o guitarrista vocalista Ritchie Kotzen, no Transatlantic, no Flying Colors e em sua banda solo – fundador do Adrenaline Mob, com Russell Allen (cantor do Symphony X), teve de deixar a banda por falta de tempo.
Ainda assim, o álbum do Sons of Apollo já é candidatíssimo a ser um dos melhores de 2017.
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